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Desigualdade social, exclusão e polarização política

A polarização político-eleitoral, que tantos males traz ao desenvolvimento nacional, é uma consequência da nefasta desigualdade social existente em nosso país. Essa desigualdade pode ser percebida em cada grupo ou setor social que se encaste­lou em bolhas ideológicas incomunicáveis, formadas a partir de diferentes conjunturas e percepções da realidade de cada um.

Condições materiais extremamente distintas levam a inco­municáveis torres de marfim habitadas por setores sociais cada vez mais apartados uns dos outros: é o tecido social que se esgar­ça, o diálogo que se rompe, e realidades diversas são ignoradas.

Com grupos incomunicáveis, a representação política, que deveria ser democrática, e, portanto, deveria contar com a participação de todos, se torna exclusiva dos setores sociais que possuem influência política. Dessa forma, grupos politi­camente dominantes predam os recursos públicos, instituin­do políticas públicas exclusivistas e ineficientes, geradoras de privilégios, desvios e deturpadoras das prioridades sociais. Esse mecanismo excludente determina a menor transparência das relações políticas, impulsionando a corrupção.

A desigualdade social leva a políticas públicas corruptas e excludentes. Nascidas no seio da desigualdade social, políti­cas públicas exclusivistas promovem ainda maior exclusão de setores populacionais já historicamente excluídos, marginali­zados ou precariamente incluídos.

Ora, políticas públicas que privilegiam injustamente certos grupos dominantes em detrimento de outros geram senti­mentos e ações de ressentimento e revanchismo por parte daqueles excluídos. Onde deveria haver uma relação social de cooperação, vicejam os males da competição destrutiva. Onde os valores do progresso e da inclusão deveriam flores­cer, a reação à exclusão é a tônica.

A desigualdade social gera a polarização política que, por sua vez, determina estruturas sociais excludentes que reali­mentam a desigualdade!

Para que a polarização política seja minimizada, faz-se urgente reduzir ao máximo as desigualdades sociais por meio de políticas públicas inclusivas, que ajudem na construção de estruturas sociais sustentáveis, emancipatórias e justas. Dessa maneira, será possível concretizar e aprofundar os Direitos Humanos: cada indivíduo e a coletividade poderão contar com a efetiva e real igualdade de oportunidades!

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