O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes – começou a operação de campo para desestatizar os 20 aeroportos sob sua administração. O pontapé inicial são as visitas presenciais aos aeródromos, que começaram na terça-feira (27) e prosseguirão até 7 de junho.
Nesta sexta-feira, 31 de maio, o Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, recebeu os executivos e técnicos da IOS Partners, consultoria internacional contratada para fazer os estudos que vão definir a modelagem de desestatização — se privatização, concessão ou Parceria Público-Privada (PPP) — e equipes do Daesp. Este foi apenas a primeira de cinco etapas do procedimento.
Além do Leite Lopes, três aeroportos estão na lista desta primeira fase e já receberam as visitas “in loco”: Presidente Prudente (dia 27), Araçatuba (28) e São José do Rio Preto (29). Neste bloco, os técnicos seguem ainda para os aeródromos com voos comerciais (Bauru e Marília), além de São Carlos e Sorocaba. Ainda há possibilidade de entrarem nos estudos os aeroportos de Guarujá, Guaratinguetá e São José dos Campos — hoje municipais.
O cronograma de visitas e de trabalho se oficializou após a primeira reunião do Daesp com a IOS Partners. Nas visitas, são realizadas inspeções da estrutura física, sistemas, procedimentos e espaço aéreo. São analisadas também as vocações de cada cidade, com informações sobre o perfil da população e o potencial econômico e turístico das regiões. A previsão é que os estudos estejam concluídos em três ou quatro meses.
No total, o plano de trabalho apresentado pela IOS Partners tem cinco fases com tarefas que vão desde a realização da análise de mercado, de processos legais, projeções de demanda, estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, além da interface com investidores, apoio no processo licitatório e promoção dos aeroportos. O segundo bloco de visitas vai ocorrer de 2 a 15 de junho em Andradina, Assis, Barretos, Dracena, Presidente Epitácio, Tupã, Penápolis, Avaré/ Arandu, São Manuel e Registro.
O Leite Lopes já está, desde 2002, habilitado para o tráfego internacional de cargas – o problema é que a pista não comporta aviões cargueiros. A empresa que assumir o aeroporto terá de investir R$ 70 milhões na ampliação do terminal de passageiros – passará de 4.500 mil metros quadrados para 15 mil m². O governo federal disponibilizou R$ 79,2 milhões para as obras e aguarda o projeto executivo, que o Daesp deve entregar em junho, para liberar a verba.
Inaugurado em 1939, atualmente o Leite Lopes opera voos da aviação geral (executiva) e regulares de empresas aéreas como Latam, Passaredo e Azul, que trabalham com aeronaves como o Airbus A320, E195, E 190, ATR 72. Por enquanto, o aeródromo atende em tempo integral com voos nacionais de passageiros e de cargas, mas, a partir de 1º de julho, deve ter o horário reduzido por questões de economia. Os voos fretados e os primeiros da manhã serão afetados. Se o Daesp não mudar de ideia, o aeródromo atenderá das seis da manhã às 24 horas.