A crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos. É o que aponta o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados oficiais de 2016, últimos disponíveis.
De acordo com o estudo, na comparação com 2015, as áreas de Educação e Saúde tiveram o menor avanço da última década e não compensaram as perdas do mercado de trabalho nos últimos anos. Assim, nesta edição o IFDM Brasil atingiu 0,6678 ponto. O IFDM geral de Ribeirão Preto saltou de 0,8284 em 2015 para 0, 8431 no ano seguinte. No ranking nacional, passou da 120ª para a 115ª posição, mas caiu no estadual, do 54ª para o 66º lugar.
Dez anos atrás, em 2009, obteve o melhor resultado e ocupava a quarta posição nas duas listas, com IFDM de 0,9015. Em 2010 era a nona (0,8988). O índice monitora todas as cidades brasileiras e a avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o seu desenvolvimento. Cada uma delas é classificada em uma das quatro categorias do estudo: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1).
São acompanhadas as áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação e avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, educação infantil e fundamental, e atenção básica em saúde. Ribeirão Preto fechou 2016 com 0,9368 em Educação, 0,9179 em Saúde e 0,6745 em Emprego e Renda. No ano anterior, os IFDMs eram de 0,9284, 0,9004 e 0,6457, respectivamente.
Em 2009, quando obteve o melhor resultado nos rankings, os índices eram de 0,8876 (Educação), 0,9371 (Saúde) e 0,8800 (Emprego e Renda). Nesta edição do IFDM foram avaliados 5.471 municípios, onde vive 99,5% da população brasileira. As novas cidades, para as quais ainda não existem dados, e aquelas com ausência, insuficiência ou inconsistência de informações, não fazem parte do estudo.
No resultado geral, que inclui a média das notas dos três indicadores (Emprego e Renda, Saúde e Educação) foram observados apenas 431 municípios (7,9%) com alto desenvolvimento. Na análise da área de Emprego e Renda, o IFDM destaca que, entre 2015 e 2016, foram fechados quase três milhões de postos de trabalho formais no país.
Em 2016, apenas 2.254 cidades geraram empregos, ou seja, quase 60% fecharam postos de trabalho, incluindo capitais e grandes centros econômicos. A crise foi tão severa que mesmo que o índice cresça nos próximos anos com variação média de 1,5% – taxa média do indicador entre 2009 e 2012 – o país só alcançará o nível de 2013 em 2027, o que aponta que a recessão custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos municípios.
Louveira foi a cidade melhor avaliada de todo o país (0,9006), com alto desenvolvimento em Saúde e Educação e moderado em Emprego e Renda. Entre as 15 com melhor avaliação do país, dez são paulistas. As demais são Olímpia, Estrela do Norte, Itatiba, Itupeva, São Caetano do Sul, Jundiaí, Jaguariúna, São José do Rio Preto e Paraguaçu Paulista. Todas apresentaram alto desenvolvimento no índice geral do IFDM.
O segundo e terceiro lugares no ranking nacional ficaram também com Olímpia e Estrela do Norte, que avançou 13,4% no IFDM Emprego e Renda graças à abertura de novos postos de trabalho. Das 643 cidades paulistas analisadas, mais da metade, 343, alcançaram desenvolvimento apenas regular em Emprego e Renda; 122 (17,4%) apresentaram baixo desenvolvimento e 188 (29,2%) avançaram moderadamente.
Educação é o quesito em que as cidades paulistas mais se destacam: 99,4% apresentam alto desenvolvimento. E 58,8% avançaram nesta categoria em 2016 na comparação com 2015. No IFDM Saúde, quase 70% dos municípios do estado conseguiram alto desenvolvimento, e 29,1% avançaram de forma moderada. Mais de 60% progrediram em Saúde graças a melhor identificação das causas das mortes e redução das mortes de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis.