O número de pedidos de seguro-desemprego aumentou 22,1% em abril na comparação com igual mês de 2019, com 748.484 solicitações feitas pelos trabalhadores, informa a Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Em abril do ano passado, foram 612.909 pedidos. O aumento de 135.575 requerimentos em termos absolutos vem na esteira da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Mesmo com a suspensão dos atendimentos presenciais nas unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine), muita gente que perdeu o emprego requisitou o benefício pela internet. Em Ribeirão Preto, 5.757 desempregados entraram com pedido do seguro nos dois meses de pandemia, alta de 3,3% e 184 solicitações a mais em comparação com as 5.573 do segundo bimestre do ano passado. Somente em abril foram 3.279 requerimentos.
Em relação a março, quando foram protocolados 2.478 pedidos, a alta no mês passado foi de 32,3%, com 801 requisições a mais. Na comparação com os 2.779 de abril de 2019, o aumento chega a 18% ou 500 solicitações a mais em 2020. Ao todo, 87% dos benefícios foram pedidos pela internet no mês passado, contra apenas 1,7% em abril de 2019.
Apesar do crescimento, os pedidos de seguro-desemprego continuam relativamente estáveis no acumulado do ano, tendo somado 2.337.081 de janeiro a abril. O total representa aumento de 1,3% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado, 2.306.115. A própria secretaria, no entanto, estima que os dados para o ano podem estar subestimados em até 250 mil pedidos.
Isso porque diversos trabalhadores sem acesso à internet não estão conseguindo pedir o benefício nas unidades do Sine, que estão com o atendimento presencial suspenso por causa da pandemia de covid-19. A estimativa foi elaborada com base na média dos pedidos de seguro-desemprego por meio do atendimento presencial.
Segundo o Ministério da Economia, a pasta está divulgando as projeções de pedidos que deixaram de ser realizados para dar um quadro mais honesto do impacto da pandemia sobre o mercado de trabalho. Nos quatro primeiros meses do ano, 39,3% dos requerimentos de seguro-desemprego (918.688) foram pedidos pela internet, pelo portal gov.br e pelo aplicativo da carteira de trabalho digital; 60,7% dos benefícios foram pedidos presencialmente.
No mesmo período do ano passado, 98,2% dos requerimentos (2.270.285) tinham sido pedidos nos postos do Sine e apenas 1,6% (35.830) tinha sido solicitado pela internet. Embora os requerimentos possam ser feitos de forma 100% digital e sem espera para a concessão do benefício, o Ministério da Economia informou que os dados indicam que muitos trabalhadores continuam aguardando a reabertura dos postos do Sine, administrados pelos estados e pelos municípios, para darem entrada nos pedidos.
O empregado demitido ou que pediu demissão tem até 120 dias depois da baixa na carteira de trabalho para dar entrada no seguro-desemprego. Em relação ao perfil dos requerentes do seguro-desemprego em abril de 2020, a maioria é masculina (57,1%). A faixa etária com maior número de solicitantes está entre 30 e 39 anos (33,1%) e, quanto à escolaridade, 62,4% têm ensino médio completo.
Em relação aos setores econômicos, serviços representou 41,6% dos requerimentos, seguido por comércio (27,7%), indústria (19,9%) e agropecuária (3,7%). Os estados com o maior número de pedidos foram São Paulo (217.247), Minas Gerais (85.990) e Rio de Janeiro (58.945) e os que tiveram maior proporção de requerimentos via web foram Amazonas (98,9%), Acre (98,5%) e Rio de Janeiro (97,8%).