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Desejo de ser prefeito

O vereador Alessandro Maraca (MDB) afirma que um de seus projetos políticos é ser prefeito de Ribeirão Pre­to. Em seu segundo mandato parlamentar, ele acredita que uma de suas grandes batalhas políticas foi a criação, junto com a prefeitura, do Progra­ma Acolhe Ribeirão, que be­neficiou financeiramente 20 mil famílias em situação de vulnerabilidade social duran­te a pandemia de covid-19. Cada uma recebeu R$ 600 divididos em três parcelas de R$ 200.

Outra luta, esta, ainda em fase de conquista, é a insta­lação na cidade de uma uni­dade do Instituto Federal de Educação. Uma batalha, que segundo ele, tem a participa­ção fundamental do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e a colaboração de outros políti­cos do município.

Tribuna Ribeirão – O se­nhor tem pretensão de ser candidato a prefeito nas pró­ximas eleições municipais?
Alessandro Maraca – Te­nho e já coloquei meu nome à disposição do MDB. O par­tido tem outros nomes, entre eles, o do vereador Igor Oli­veira e existe ainda a possibi­lidade de o MDB reunir um grupo de partidos para con­tinuar o trabalho de austeri­dade e dos acertos fiscais que foram feitos pela atual admi­nistração. Tenho minhas pre­tensões, mas sei esperar e em minha vida sempre foi assim. Não ganhei nas minhas pri­meiras disputadas para vere­ador e hoje estou aqui. Acre­dito que existe uma lacuna na política que precisa ser pre­enchida. Tenho demonstrado algumas capacidades e tenho me preparado e estudado para disputar o Executivo.

Tribuna Ribeirão – O se­nhor se considera prepara­do para ser prefeito?
Alessandro Maraca – Acredito que tem muita coisa para fazer pela cidade e me considero preparado para ser prefeito. O partido já co­meçou a conversar sobre a sucessão municipal e não existe uma disputa fechada em torno de nomes, mas sim diálogo para se chegar ao que for melhor para o partido e para a cidade. Na última elei­ção a nossa candidata Cris­tiane Bezerra foi definida na última hora e não deu tem­po para trabalhar com mais profundidade a candidatura dela. Mesmo assim, ela teve um bom desempenho. Deba­temos os problemas de Ribei­rão e apresentamos propostas para a cidade. Nessa eleição temos que definir com ante­cedência o que queremos. Se for uma candidatura própria, trabalhar com tempo para viabilizá-la e para trazer para o grupo outros partidos que desejam o mesmo que nós para a cidade.

Tribuna Ribeirão – Go­vernar Ribeirão é algo com­plexo?
Alessandro Maraca – Muitas vezes escuto pessoas dizendo que governar Ribei­rão é difícil porque existem muitos problemas. Até con­cordo, mas também temos muitas pessoas empreendedo­ras que trabalham para o de­senvolvimento da cidade e que fazem isso independente de qual governo for. Atualmente Ribeirão Preto conseguiu se recuperar do ponto de vista financeiro e fiscal em relação ao passado. Há alguns anos a prefeitura demorava 12 meses para pagar os fornecedores e hoje paga em dia. Isso não foi resultado de milagre, mas de um trabalho bem-feito pelo atual governo. Precisamos reconhecer as coisas boas do atual governo e uma delas é a austeridade fiscal que fez com que a cidade reconquistasse o poder de investimentos.

Tribuna Ribeirão – A prefeitura não tem feito muitos financiamentos?
Alessandro Maraca – Apesar dos empréstimos feitos, Ribeirão Preto ainda tem uma capacidade muito boa para financiamentos. O Capag [índice do Tesouro Nacional que analisa a capa­cidade de pagamento e a si­tuação fiscal dos municípios que querem contrair novos empréstimos com garantia da União considerando três indicadores: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez] da prefeitura é o que permite contrair novos investimentos.

Tribuna Ribeirão – O MDB faz parte do governo Nogueira. Quando o senhor fala em candidatura própria isso implica em deixar o go­verno?
Alessandro Maraca – Acredito que um dos cami­nhos pode ser a construção conjunta de uma candidatu­ra com os partidos que hoje compõem a base da atual administração. O prefeito Nogueira não tem discutido ainda este assunto e acredito que está certo porque ao co­meçar esta discussão muito cedo acabará encurtando o mandato dele. Mas, acho que o grupo pode fechar em tor­no de um nome porque anda não existe alguém já definido para sucessor do Nogueira. Ele nunca afirmou ter esco­lhido alguém para sucedê-lo. Também existe a possibilida­de de o MDB ter um candida­to, mas tudo isso será discuti­do no momento certo.

Tribuna Ribeirão – Em sua avaliação o atual gover­no está bem?
Alessandro Maraca – De forma geral sim, mas, no caso das obras que foram paralisa­das, apesar da culpa não ter sido do governo, faltou uma visão individual sobre as pes­soas porque isso reflete no co­letivo de forma muito grande. Por exemplo, no caso do túnel da avenida Nove de Julho e do viaduto da avenida Mogia­na, acredito que a prefeitura poderia ter tido um carinho e um maior diálogo com os moradores e comerciantes do entorno. Se isso tivesse sido feito o desgaste teria sido me­nor porque eles se sentiriam valorizados e entenderiam a necessidade das obras.

Tribuna Ribeirão – O projeto de emenda à Lei Orgânica que aumenta o número de vereadores da cidade de 22 para 27 preci­sa ser votado até o começo de outubro para valer para a próxima legislatura. O se­nhor é a favor do aumento de cadeiras?
Alessandro Maraca – Sou contra e já disse isso para o autor da proposta, o verea­dor André Trindade (União Brasil). Nos dois anos em que fui presidente da Câma­ra conseguimos economizar, com a ajuda de todos os ve­readores, R$ 50 milhões. Isso foi muito importante para a cidade e parte deste dinheiro foi utilizado para a criação do Programa Acolhe Ribeirão, muito importante para famí­lias em vulnerabilidade so­cial, durante a pandemia do coronavírus. Um programa criado junto com o governo de forma muito republicana que auxiliou 20 mil famílias com o pagamento de três par­celas de R$ 200.
As pessoas também não percebem que a Câmara de Ribeirão Preto tem abaixado ano a ano o percentual a que tem direito constitucional­mente de receber da prefei­tura para o pagamento de sua estrutura. Por lei poderíamos receber 4,5% e hoje, por ini­ciativa dos vereadores, esta­mos recebendo 3,5%. Isso só aconteceu porque os verea­dores têm economizado bas­tante em seus gastos. Acre­dito que a cidade poderá no futuro discutir o aumento no número de vereadores, por­que este aumento também aumenta a representatividade da população no Legislativo, mas este não é o momento certo. Na próxima legislatura acredito que devemos conti­nuar com 22 vereadores.

Tribuna Ribeirão – O Tri­bunal de Contas do Estado de São Paulo acaba de apro­var a prestação de contas de sua gestão como presidente do Legislativo municipal.
Alessandro Maraca – Para mim foi uma grande felicidade. Nos dois anos que presidimos a Câmara traba­lhamos com muito afinco e seriedade. Tenho que agrade­cer muito a equipe da Câma­ra porque deu suporte para a prestação de contas. Há mui­to tempo não tínhamos uma prestação de contas sem que houvesse a apresentação de algum recurso por causa de alguma dúvida. Vale destacar que as contas dos vereadores Lincoln Fernandes e Igor Oli­veira, que também presidiram a Câmara, foram aprovadas.

Tribuna Ribeirão – Quais são os projetos de sua auto­ria que mais lhe deram sa­tisfação como vereador?
Alessandro Maraca – O mandato de um vereador é feito pela defesa de bandeiras. Acredito que devemos tratar igualmente os iguais e desi­gualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. Tenho dois projetos que con­sidero os mais importantes que já apresentei. Um deles é o Programa Acolhe Ribei­rão, um programa que graças aos recursos financeiros que a Câmara devolveu, possibi­litou criar esta ação que im­pactou a vida de muitas pes­soas. Ele foi criado no final de 2021 e contribuiu para mini­mizar a fome de pessoas que não tinham dinheiro para comer em função da crise e do desemprego gerados pela pandemia. O comércio tam­bém se beneficiou porque este dinheiro ajudou a movimen­tar a economia da cidade.
Outro projeto que eu en­campei foi o para a instala­ção do Instituto Federal de Educação em Ribeirão Preto. No final do ano passado um grande amigo meu – que está trabalhando em Brasília e que fez parte do governo de tran­sição do Governo Lula -, me ligou e falou que o Instituto Federal estava pensando em ampliar suas atividades. Mas que ele não tinha recursos e a prefeitura da cidade interessa­da teria que dar o imóvel como contrapartida. E que se Ri­beirão Preto quisesse ter uma unidade aquela seria a hora de reivindicar. Em dezembro do ano passado falei com o prefei­to Nogueira e ele me disse que iria entrar em contato com o Instituto e que se houvesse ma­nifestação favorável, a cidade iria encampar a ideia. Outros políticos também entraram nesta luta que está sendo via­bilizada. Ainda acredito que o melhor lugar para receber o Instituto Federal seja o prédio do antigo Colégio Metodista no centro da cidade. Também temos que pensar grande e acredito que o Instituto Fede­ral precisa ter um campus na cidade. Isso também está sen­do trabalhado e áreas como a da antiga Cianê, no Campos Elíseos, têm todas as condições para a implantação.

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