Parece que o bitcoin está tentando voltar aos seus dias de glória. Em um único dia de abril, a criptomoeda valorizou quase 20% e chegou a US$ 5 mil. Desde então, o preço não parou de subir e nesta quarta-feira (8) a moeda bateu a marca de US$ 6 mil – é o valor máximo da bitcoin em seis meses.
O ano passado havia sido brutal para os que investiram na criptomoeda. O preço caiu de seu recorde histórico de US$ 19.500 em dezembro de 2017 para US$ 3.100 em 2018. Nos primeiros meses deste ano, o preço da moeda ficou entre US$ 3 mil e US$ 4 mil. Até abril.
É difícil explicar o movimento do bitcoin. Nas últimas semanas, as principais notícias relacionadas à criptomoeda foram negativas: uma possível proibição do governo chinês à mineração de moedas virtuais, preocupações de que uma grande troca de criptomoedas possa ser insolvente e, mais recentemente, o roubo de US$ 40 milhões em bitcoins da Binance, uma bolsa global para a negociação de criptomoedas.
Manchetes como essas não são incomuns no mundo bitcoin – a comunidade tem lidado com hackers e governos hostis há anos, mas não parece o tipo de notícia que incentiva a compra de bitcoins.
Ao mesmo tempo, as últimas semanas têm mostrado um crescente interesse em criptomoedas por empresas tradicionais. A norte-americana de investimentos Fidelity, por exemplo, está se preparando para oferecer serviços de negociação de criptomoedas para clientes institucionais, o que poderia permitir que mais investidores grandes comprassem bitcoins.
Entretanto, a notícia mais significativa veio do Facebook: a rede social está pensando em lançar uma criptomoeda própria. Só a introdução de “facebucks” não aumentaria diretamente o valor do bitcoin, mas as criptomoedas geralmente valorizam (ou desvalorizam) juntas e uma iniciativa do Facebook ampliaria o interesse em outras criptomoedas.
Naturalmente, o aumento recente dos preços do bitcoin também pode ser totalmente aleatório. Agora, a maior questão é se o bitcoin conseguirá manter os bons resultados.
Em seus 10 anos de história, a criptomoeda passou por pelo menos três grandes ciclos. No ano de 2011, ela atingiu o pico de US$ 30, antes de cair para cerca de US$ 2 no final daquele ano. Então subiu acima de mil dólares no final de 2013, antes de cair para US$ 200 em 2015. Isso foi seguido por um explosão que elevou o preço para quase US$ 20 mil até o final de 2017 – e a queda no ano seguinte para apenas US$ 3 mil.
Os investidores de bitcoin esperam que a história se repita mais uma vez – e que a recente alta da bitcoin inicie um quarto boom que derrubará a barreira de US$ 20 mil e levará a moeda a novos patamares.
Só que nos anos anteriores, o bitcoin foi impulsionado por ondas de novos investidores que descobriram pela primeira vez a criptomoeda. Em 2019, a maioria dos investidores estão familiarizados com a moeda virtual e não está claro se há espaço para que a história se repita pela quarta vez.
Fonte: ArsTechnica