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Denúncias de violações aumentam 14% em 2019

Agência Brasil/Valter Campanato

No Dia Nacional de Com­bate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Ministério da Mulher, da Fa­mília e dos Direitos Humanos lamentou os dados brasileiros. Segundo levantamento das denúncias feitas por meio do Disque 100, dos 159 mil re­gistros feitos ao longo de 2019 pelo Disque Direitos Huma­nos, 86,8 mil são de violações de direitos de crianças ou ado­lescentes, um aumento de qua­se 14% em relação a 2018.

Segundo o ministério, uma das razões para o aumento foi justificada nesta segunda-feira (18) pela rapidez no atendi­mento que passou de 71 se­gundos em 2018, para onze segundos no ano passado. A pesquisa aponta que quando o assunto é violência sexual, foram registrados mais 17 mil casos somente no ano passado.

“Se considerarmos o que apontam estudos acadêmicos, que só 10% dos casos serão denunciados às autoridades, a gente chega a uma cifra absur­da de quase 1 milhão de casos em 2019 de violação de direi­tos de crianças e adolescentes. A maior parte dessas violações são perpetradas por pessoas próximas à vítima e a gran­de maioria delas no ambiente doméstico, o que torna mais difícil ainda nós trabalharmos com políticas políticas públi­cas que possam penetrar nesse ambiente doméstico”, avaliou o secretário nacional dos direitos da criança e do adolescente, Maurício Cunha.

Ranking
Durante a apresentação dos dados nesta segunda-feira, 18 de maio, a ministra Damares Alves colocou sob suspeição alguns dados. Um deles de que os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes ocupem a quarta posição no dia a dia das vítimas, como in­dicam os dados baseados nas ligações para o Disque 100.

Por meio desse canal, os abusos sexuais vêm atrás de negligência, violência psico­lógica e física. Para Damares Alves a estatística não refle­te a realidade subnotificada. “Os outros tipos de violações são claramente visíveis, a vio­lência sexual, não. Na maio­ria das vezes, é silenciosa. Ela aparece como a quarta no ba­lanço. Será que ela é realmente a quarta?”, questionou.

Pandemia
Outra preocupação exter­nada pela ministra tem a ver com os números pós-pande­mia. É que a partir de abril des­te ano, quando um maior nú­mero de estados começaram a decretar o isolamento social como medida necessária para reduzir a contaminação pela covid-19, houve uma queda de 17,1% nas denúncias, quando na verdade era esperado uma estabilização ou um aumento delas. A suspeita é de que em casa, longe da escola, muitas crianças estejam mais expostas a situação de abuso e explora­ção sexual.

“Quando as portas das ca­sas começarem a se abrir e a gente começar a receber as crianças nas escolas, nas cre­ches, o que nos aguarda? Nós estamos muito preocupados”, ressaltou a ministra. Além de reuniões com o Ministério da Educação (MEC), para identi­ficar casos de violência contra crianças e adolescentes no re­torno das aulas, o Ministério dos Direitos Humanos já está em contato com a Associação Nacional de Universidades Par­ticulares. O objetivo é, por meio de psicólogos voluntários, capa­citar os atores do sistema educa­cional para esse trabalho.

Perfil
Ainda segundo o levan­tamento, a maioria das víti­mas de violência são meninas (55%), que têm entre quatro e 11 anos. Já entre os suspeitos a maioria é mulher (52%), e tem entre 18 e 59 anos (71%). “ A mãe aparece muito como autora da violência. A maioria das famílias brasileiras são comandadas por mulheres”, lembrou a ministra lembrando que boa parte da vio­lência praticada por elas é física e psicológica e que isso precisa ser estudado. Nos casos espe­cíficos de violência sexual, os padrastos (21%) são os prin­cipais abusadores, seguidos de pai (19%), mãe (14%), tio (9%) e vizinhos (7%).

Denúncias
Até o final deste mês o Mi­nistério promete ampliar o atendimento às vítimas por meio de um número para denúncias via whatsapp. As vítimas também poderão continuar fazendo denún­cias tanto pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos) quanto pelo ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher). Há ainda o app Direitos Humanos Brasil que pode ser baixado gratuitamente nas versões An­droid e IOS.

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