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Dengue tipo 3 já circula em RP

Sorotipo 3 da dengue (DENV-3) já foi constatado em Ribeirão Preto este ano, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Estado propõe ampliar as atividades de bloqueio de transmissão com remoção de focos do mosquito Aedes aegypti, limpeza urbana e controle químico (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O sorotipo 3 da dengue (DENV-3) já foi constatado em Ribeirão Preto este ano, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Também está presente em áreas como Franca, Araçatuba, Marilia, Araraquara, São João da Boa Vista, Campinas e Taubaté.

Também foi identificado em amostras da Grande São Paulo e de São José do Rio Preto, onde os casos de dengue têm pressionado o sistema de saúde e foi aberta uma investigação para apurar a conduta de médicos. A constatação da proliferação vem das 71 unidades sentinelas responsáveis por monitorar a circulação dos quatro tipos de vírus no estado.

De acordo com o governo federal, o fato de exames apontarem a maior circulação do sorotipo 3 do vírus gera preocupação. “O sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. São 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Temos muitas pessoas suscetíveis”, diz a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA),, Ethel Maciel.

De acordo com a secretária, o tipo 1 predominou por boa parte de 2023 e 2024. O tipo 2 cresceu em importância ao longo do ano passado e, desde dezembro, foi observado um aumento significativo de casos causados pelo sorotipo 3, em especial em São Paulo, Amapá, Paraná e Minas Gerais.

Ao todo, existem quatro sorotipos do vírus causador da doença (DENV-1, 2, 3 e 4). Ao contrair dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para o sorotipo que causou a infecção, mas não para os outros, daí a doença poder ser contraída mais de uma vez.

As principais estratégias do governo estadual para combater a dengue e também os casos de chikungunya e zika foram apresentadas na quarta-feira, 15 de janeiro, com o lançamento do Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas para 2025 e 2026.

Entre as diretrizes do documento estão as estratégias para a resposta dos serviços de saúde em caso de emergências. As ações são pensadas com base em três cenários possíveis: mobilização, alerta regional e epidemia – definidos conforme o número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas.

“A classificação dos cenários considera a média histórica de casos dos últimos dez anos nas regiões. Temos um painel em tempo real mostrando todos os números, gerando mapas por semanas epidemiológicas e tudo isso dá mais transparência de como o governo tem lidado com o combate às arboviroses”, disse em nota a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES, Tatiana Lang.

No ano passado, Ribeirão Preto registrou a maior epidemia de dengue da história considerando o número de casos registrados. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, a cidade fechou 2024 com mais de 44.000 vítimas do mosquito Aedes aegypti.

Neste ano, em apenas 15 dias de janeiro, já são 187 casos confirmados, além de 1.195 sob investigação. Duas mortes também estão sendo apuradas, além de seis óbitos suspeitos remanescentes de 2024, oito no total. Na primeira quinzena de 2024 já haviam sido registradas 1.063 ocorrências. Até agora, são 876 a menos, queda de 82,41%.

A prefeitura de Ribeirão Preto já intensificou as ações de combate ao Aedes aegypti, já que nessa época a tendência é de avanço da doença devido às chuvas de verão. Segundo dados atualizados na quarta-feira, a cidade fechou 2024 com 44.049 casos de dengue, maior volume da história da cidade.

Superou em 25,70% o recorde de 35.043 registrado em 2016. São 9.006 a mais, além de 65.533 sob investigação. Também já soma 31.747 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 258,06%. Ribeirão Preto registrou 23 mortes em decorrência de dengue no ano passado.

Os dados são do Painel de Arboviroses da Secretaria Municipal da Saúde. Há seis em investigação. Desde 2016 já são 46 casos fatais. A cidade já superou em 155,55% o número de óbitos do período anterior – 14 a mais que os nove de 2023.

O Plano de Contingência
Veja o que o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas para 2025 e 2026 estipula para cada situação.

Mobilização regional – Será acionada se houver aumento da incidência de casos prováveis dentro dos limites endêmicos. Por exemplo, quando houver um aumento da taxa de positividade laboratorial para dengue acima de 20% por quatro semanas consecutivas.

Alerta regional – A ativação desta fase ocorrerá se o aumento sustentado de casos, mesmo que em nível não epidêmico, demandar uma resposta mais coordenada e intensificada.

Situação de epidemia – Este estágio é previsto em caso de epidemia. Aqui, a gestão deve, por exemplo, apoiar a ampliação de espaços de hidratação e leitos para assistência aos pacientes com suspeita de arboviroses.

Ações para os municípios – Abastecer as unidades de saúde com insumos suficientes para o atendimento dos casos; implantar e monitorar o funcionamento dos espaços de hidratação, quando necessário; e priorizar as visitas domiciliares aos grupos de risco pelos agentes comunitários de saúde (ACS); e fortalecer a investigação de óbitos como evento sentinela.

Divulgar permanentemente informações à população sobre cenário epidemiológico e sinais e sintomas de dengue, chikungunya e zika; ampliar as atividades de bloqueio de transmissão com remoção de focos, limpeza urbana, controle químico, quando necessário, e mobilização social; utilizar as mídias locais e regionais para a comunicação social. 

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