O Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira, 15 de maio, pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aponta que a dengue avançou e a população relaxou em relação à eliminação de criadouros do Aedes aegypti – mosquito também transmissor da doença, da febre chikungunya, do zika vírus e da febre amarela na área urbana.
Segundo o boletim, o número de vítimas da dengue em Ribeirão Preto aumentou 200% no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2017, saltando de 46 para 138, com 92 ocorrências mais. Na comparação entre os meses de abril, a alta foi de 700%, de quatro para 32, mais 28 pacientes. Porém, quando a comparação é feita com o mesmo mês de 2016, ano em que houve epidemia na cidade e 3.554 casos em 30 dias, a queda é de 11.006%, com 3.550 registros a menos.
Neste ano foram 46 casos em janeiro, 32 em fevereiro, 26 em março e mais 32 em abril. Das 138 pessoas picadas pelo Aedes aegypti, 39 moram na Zona Leste, 38 na Oeste, 29 na Norte, 20 na sul e 12 na Central. No ano passado inteiro, o vetor fez 246 vítimas, 99,3% a menos que as 35.043 do ano anterior, 34.797 a menos – a quantidade de 2017 é a menor em dez anos. A cidade também tem 696 notificações sob investigação, 127 somente em abril.
Mesmo assim, a população deve ficar atenta, já que Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) do Ministério da Saúde aponta que a cidade fechou 2017 entre as 65 paulistas em estado de alerta contra o mosquito. O Índice de Infestação Predial (IIP) no município estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%. Já segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o IIP é de 1,56%, mas alguns bairros estão em situação de risco, com índice igual ou superior a 3,9%.
Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em abril deste ano. No mesmo período do ano passado, também não houve casos confirmados da doença na cidade. Ribeirão Preto confirmou apenas uma ocorrência em março. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4% nas ocorrências confirmadas da doença. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais no ano passado.
Foram notificados e investigados sete casos de zika vírus, mas nenhum confirmado. Em abril de 2017, foram investigados onze casos da doença. Casos de microcefalia ou outras alterações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo zika vírus não foram relatados em abril de 2018. No mesmo período do ano passado, também não foi confirmado nenhum caso da doença.
De acordo com o levantamento, não foi registrado nenhum caso de febre amarela no mês de abril de 2018. Em abril do ano passado também não houve registro da doença. Com relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (gripe causada pelo vírus Influenza – H1N1), foram confirmados dois casos em abril deste ano, em Ribeirão Preto. A campanha de vacinação vai até 1º de junho. Dois óbitos estão sendo investigados.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados estão sob controle, mas não deixam de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja proporcionalmente pequena, levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.
Para Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, não se pode descuidar. “A população deve ficar alerta e continuar exercendo a principal forma de evitar a doença, com prevenção, ou seja, não deixar água parada nos ralos, olhar os vasos, tomar cuidado com as garrafas, que é onde o mosquito se desenvolve”, ressalta a diretora.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2007 – confirmados 2.723 casos
2008 – confirmados 1.056 casos
2009 – confirmados 1.697casos
2010 – confirmados 29.637 casos
2011 – confirmados 23.384 casos
2012 – confirmados 310 casos
2013 – confirmados 13.179
2014 – confirmados 398 casos
2015 – confirmados 4.689 casos
2016 – confirmados 35.043 casos
2017 – confirmados 246 casos