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Dengue: RP lidera o ranking estadual

FABIO DI FELIPPO

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, pela Secretaria Estadual da Saú­de, Ribeirão Preto fechou janeiro na liderança do ranking paulista da dengue com 1.076 casos con­firmados, seguida de Votupo­ranga (756), Catanduva (610), Potim (519), Mococa (371), Guararapes (356), Lorena (245), Cruzeiro (241), São Paulo (219) e Lucélia (212). Juntas, estas dez cidades concentram 4.605 víti­mas do mosquito Aedes aegypti – mesmo vetor do zika vírus e das febres chikungunya e ama­rela (na área urbana).

O número representa 42,2% de todos os 10.890 casos confir­mados em janeiro nos 645 mu­nicípios paulista – também tem oito de chikungunya e um de zyka. A secretaria, porém, conta­biliza dois óbitos, em Presidente Venceslau e Osvaldo Cruz e não incluiu na lista a morte da me­nina Maria Gabriela Quintino, de oito anos, que morreu no dia 15 do mês passado, em Ribeirão Preto, vítima de hemorragia in­testinal causada pela dengue – foi infectada em São Simão. Já o menino Denis Bryan Souza Rodrigues, de 10 anos, faleceu em 1º de fevereiro e por isso não aparece no relatório.

No ano passado, três pesso­as morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica. Ribeirão Preto não registrava óbito em decorrência da doença desde 2016, quando nove pa­cientes não resistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegyp­ti. Os 1.076 casos confirmados na metrópole representam qua­se 80% de todas as ocorrências registradas na área de atuação do Departamento Regional de Saúde (DRS XIII), que fechou janeiro com 1.346 vítimas do Aedes aegypti.

A região ocupa a terceira posição no ranking, atrás das de São José do Rio Preto (2.679) e Taubaté (1.517). Além de Ri­beirão Preto, a área de atuação do DRS abrange Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinó­polis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, San­ta Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho.

O Boletim Epidemiológi­co da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aponta 876 casos de dengue em janeiro, em Ri­beirão Preto – o próximo será divulgado no dia 15. O total de casos confirmados em janeiro deste ano já está 238,2% acima das 259 ocorrências do mesmo período do ano passado – ou três vezes mais –, com acréscimo de 617 vítimas. A quantidade de pacientes infectados também é bem superior aos 45 de 2018 e aos 16 de 2017 – em 2016 foram 9.346 –, a segunda maior inci­dência da história para o mês.

Segundo a Secretaria Muni­cipal da Saúde, o Índice de Bre­teau em Ribeirão Preto está em 13% – mede a quantidade de criadouros e a infestação do Ae­des aegypti. A escala para ava­liar a proliferação do mosquito diz que até 1% as condições são satisfatórias, de 1% a 3,9% já co­loca o município em situação de alerta e superior a 4% já há ris­co de surto de dengue. Significa que de cada 100 imóveis, em 13 há larvas do vetor.

Em janeiro de 2020, já foram realizadas 40.539 vistorias em imóveis residenciais, comer­ciais e em pontos estratégicos da cidade, com identificação e eliminação de 3.488 focos do mosquito, como garrafas des­cartáveis, calhas, tampas, reci­pientes, material de construção civil e piscinas, entre outros. Durante os arrastões de limpeza, também promovidos todos os sábados do segundo semestre de 2019, já foram recolhidas mais de 126 toneladas de criadouros do mosquito, entre elas, mais de cinco mil pneus.

Casos de dengue em Ribeirão Preto

2009……………………………………………………………………….1.700 casos
2010……………………………………………………………………. 29.637 casos
2011……………………………………………………………………. 23.384 casos
2012………………………………………………………………………….317 casos
2013……………………………………………………………………. 13.179 casos
2014………………………………………………………………………….398 casos
2015……………………………………………………………………….4.689 casos
2016……………………………………………………………………. 35.043 casos
2017………………………………………………………………………….246 casos
2018………………………………………………………………………….271 casos
2019……………………………………………………………………. 14.421 casos
2020………………………………………………………………………. 899 casos *
* São 876 de janeiro e 3 de fevereiro
Obs: Estado diz que são 1.076 casos em janeiro
Total desde 2009: 124.184, mas estudo da SMS aponta
que o número seja quatro vezes superior, de 496.736

Os casos de dengue por regiões do Estado

O balanço da dengue em RP
De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Ribeirão Preto registrou 14.421 casos de dengue no ano passado. Os dados foram atualizados em janeiro, quando chegaram os resul­tados de exames pendentes de 2019. São 14.150 ocorrências a mais que os 271 de 2018, alta de 5.221%, cerca de 52 vezes superior – a quarta maior marca desde 2009.

A proliferação do Aedes aegypti já coloca a cidade em um cenário típico de epidemia e a população deve ficar atenta porque, segundo o secretário Sandro Scarpelini, em 80% dos casos o criadouro do vetor está dentro de casa. Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Leste (311), Norte (225), Sul (146), Oeste (101), Central (70) e 23 não têm identificação de distrito.

No ano passado, dentre as 14.421 vítimas do Aedes aegypti, 4.469 são da Zona Oeste, 3.898 da Zona Norte, mais 3.104 da Leste, 1.668 da Central, 1.272 da Sul e dez sem identificação de distrito. Foram investigados 23.468 casos. Ribeirão Preto registrou 259 ocorrências em janeiro, 851 em fevereiro, 1.861 em março, 4.222 em abril, 4.840 em maio, 1.503 em junho, 319 em julho, 80 em agosto, 51 em setembro e outubro, 96 em novem­bro e 288 em dezembro.

Em 2018, foram 45 ocorrências no primeiro mês, 37 no segundo, 28 no terceiro, 42 no quarto, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novembro e 38 em dezembro. No ano passa­do, das 271 pessoas contaminadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito.

Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015.

Ribeirão Preto acumula 124.184 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 496 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde. Um estudo divulgado durante as últimas epide­mias indica que, para cada caso confirmado da do­ença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 496.736 pessoas em onze anos.

SP promove mutirão na próxima semana
Entre esta segunda-feira (10) e sexta-feira, 14 de fevereiro, acontece a primeira Semana Esta­dual de Mobilização contra o Aedes Aegypti deste ano. A iniciativa visa engajar a sociedade civil, municípios e organizações públicas e privadas em atividades focadas na prevenção à dengue, chikungunya e zika vírus, com foco especial no controle da proliferação do mosquito transmissor dessas doenças.

No decorrer da semana, cada município será responsável por desenvolver as ações de combate ao mosquito, com ações especiais no “Dia D”, que acontece na sexta-feira (14). “Contamos com o imprescindível apoio da população, no sentido de contribuir para a eliminação de possíveis cria­douros do mosquito, uma vez que 80% dos focos são localizados dentro das residências”, afirma o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

Cada um pode ajudar no enfrentamento ao mosquito com algumas atividades simples e que podem ser feitas diariamente. As principais dicas de prevenção são: deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente; retirar dos quintais objetos que acumulam água; cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto; eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja bem ajustado ao vaso; descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura.

A Semana Estadual conta com apoio das secretarias municipais de Saúde, do Ministério da Saúde, além da participação de outros órgãos como as Secretarias de Educação e Transportes Metropolitanos (STM), Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp, que vai coordenar as concessionárias de rodovias), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Sociam – Termi­nal de Passageiros, entre outros.

Larvicida – Desde o ano passado, a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, adquiriu um produto inovador para dar suporte às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. O Natular líquido é um biolarvicida que mata a larva e é aplicado em forma de pulve­rização em locais de difícil acesso aos agentes de combate de endemias, como ferros-velhos, suca­tas, pilhas de materiais inservíveis, entre outros. É aplicado nos 521 pontos estratégicos catalogados pela Divisão de Vigilância Ambiental, distribuídos nas diversas regiões de Ribeirão Preto. A maior concentração está localizada na Zona Norte.

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