Desde o dia 1º de janeiro e até a última segunda-feira, 30 de junho, Ribeirão Preto somava 16.759 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 24.980 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde.
A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti – transmissor da doença, do zika vírus e da febres chikungunya e amarela – em 181 dias é de 92, cerca de quatro por hora. Até o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já foi vítima do mosquito. Ribeirão Preto declarou epidemia, a sexta em onze anos. Porém, nos últimos dois meses, a cidade conseguiu frear o avanço da dengue.
Dos 16.759 casos confirmados até agora, 2.935 são de janeiro, 6.607 de fevereiro, 4.929 de março, 1.658 de abril, 582 de maio e apenas 48 de junho. No mesmo mês de 2019 foram 1.503, queda de 96,8%, ou 1.455 a menos. O número de vítimas do Aedes aegypti no primeiro semestre deste ano está 23,8% acima das 13.536 pessoas infectadas nos primeiros seis meses do exercício anterior, acréscimo de 3.223, e 16,2% acima do total de 2019 inteiro (14.421), com 2.338 a mais.
Em 2019, três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Em 2020, já ocorreram cinco mortes na cidade, mas um caso é importado – no total, sete exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação.
A menina Maria Gabriela Quintino, de oito anos, faleceu na metrópole vítima de hemorragia intestinal causada pela dengue, mas a infecção ocorreu em São Simão. Jacqueline Michele Jorge, de 26 anos, morreu em 2 de maio com quadro de dengue hemorrágica, segundo a SMS.
Estava internada no Hospital Santa Lydia desde 29 de abril, quando foi constatada a gravidade da doença. A paciente também apresentava quadro de síndrome respiratória aguda grave (Srag). No dia 6, o estudante de pedagogia Marlon Victor Barbosa Soares, de 25 anos, morreu vítima do Aedes aegypti – ainda aguarda confirmação.
Em fevereiro, Denis Bryan Souza Rodrigues, de 10 anos, também foi a óbito. Foi o primeiro caso de autóctone de morte na metrópole. Ainda em fevereiro, Ribeirão Preto registrou o segundo caso autóctone de morte por dengue hemorrágica, de um senhor de 72 anos que estava internado havia três dias na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), não resistiu.
Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (6.195). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.190), jovens de dez a 19 anos (2.666), idosos com mais de 60 anos (1.843), crianças de 5 a 9 anos (1.112), de um a quatro anos (626) e menores de um ano (127). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (4,613), Leste (3.551), Norte (3.424), Sul (3.269), Central (1.901) e um não tem identificação de distrito.
Quatro vezes mais casos
Ribeirão Preto acumula 140.044 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 560 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 560.176 pessoas em onze anos. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem cinco de sarampo confirmados – 14 já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009……………………1.700 casos
2010………………….29.637 casos
2011………………….23.384 casos
2012………………………317 casos
2013………………….13.179 casos
2014………………………398 casos
2015……………………4.689 casos
2016………………….35.043 casos
2017………………………246 casos
2018………………………271 casos
2019………………….14.421 casos
2020…………………………16.759 *
* São 2.935 de janeiro, 6.607 de fevereiro, 4.929 de março, 1.658 de abril, 582 de maio e 48 de junho Total desde 2009: 140.044, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 560.176