A Semana Estadual de Mobilização contra as Arboviroses, promovida pelo governo de São Paulo em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), começa na próxima segunda-feira (11) e vai até o outro sábado, 16 de novembro. Ribeirão Preto vai participar com mutirão para a retirada de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, intensificará suas ações contra a proliferação do mosquito, transmissor da dengue e outras doenças fatais. Será nos bairros Adão do Carmo Leonel, Jardim Branca Sales, Parque Ribeirão Preto e Jardim Maria da Graça.
O objetivo é envolver a população como agente fundamental na eliminação dos criadouros do Aedes aegypti nas residências. Para apoiar as ações, 197 servidores da SMS, entre agentes de combate às endemias e comunitários de saúde, estarão envolvidos. Em Ribeirão Preto, a força-tarefa vai até dia 14. A atividade inicial será no sábado (9), se não chover.
Ribeirão Preto tem 42.408 ocorrências este ano, maior volume da história da cidade, superando em 21,02% o recorde de 35.043 registrado em 2016. São 7.365 a mais em menos de onze meses, além de 61.056 sob investigação. Também já soma 30.106 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 244,72%. São 21 mortes em 2024. Em menos de oito anos já são 44 óbitos.
Neste ano, 15.565 pacientes têm entre 20 e 39 anos, outros 10.339 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 6.800 estão entre 10 e 19 anos, 5.148 têm mais 60 anos, 2.985 são crianças de 5 a 9 anos, 1.303 têm entre 1 e 4 anos e 268 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 12.246 casos na Zona Leste, 10.356 na Oeste, 8.556 na Norte, 6.212 na Sul e 5.007 na Central, além de 31 ainda sem identificação de distrito.
Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. A maioria está em vasos, pneus e ralos. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. São mais de 100 toneladas em pouco mais de seis meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
No Estado de São Paulo, o Aedes aegypti já causou 1.899 falecimentos e fez 2.138.812 pacientes. A ação nesta época é considerada essencial para prevenir e conscientizar a população, municípios, organizações públicas e privadas sobre as ações de prevenção e eliminação dos criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
“A meta é promover uma força-tarefa em todo o Estado, mobilizando e conscientizando a população sobre a importância de adotar os cuidados necessários. Esse é o período ideal para essas ações, visando prevenir o aumento de casos no verão, quando as chuvas favorecem a maior proliferação do inseto”, explica a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde, Tatiana Lang.
Em 2024, o governo de São Paulo anunciou investimentos de mais de R$ 20 milhões como parte das medidas de enfrentamento à doença. Os recursos foram anunciados pelo Centro de Operações de Emergências (COE) e investidos na compra de seis mil litros de adulticida, de medicamentos e insumos, de repelentes, de equipamentos de nebulização, além da abertura de novos leitos.
A Secretaria de Estado da Saúde disponibilizou, também, capacitações aos trabalhadores da saúde dos 645 municípios por meio de cursos e treinamentos online para manejo clínico, organização dos serviços, e atendimento para arboviroses.
Atividades educativas em escolas, rodovias e pontos de grande circulação como estações de trem e metrô, e campanha no carnaval, também foram promovidas. A pasta antecipou, também, o pagamento do IGM SUS Paulista, no montante de R$ 205 milhões aos 645 municípios.
Para ampliar a transparência no acesso aos dados, o Governo lançou duas importantes ferramentas: o Painel de Monitoramento da Dengue (dengue.saude.sp.gov.br) e o portal www.dengue100dúvidas.sp.gov.br. A SES também investiu para dar agilidade no resultado dos testes em até 70%, no Instituto Adolfo Lutz (IAL), com automatização dos exames com novos equipamentos.