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Dengue dispara e passa de 6 mil

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O número de casos de den­gue em menos de cinco meses deste ano, em Ribeirão Preto, já representa 85,92% do total de 7.483 ocorrências de 2022. São 6.430 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doen­ça, do zika vírus e da febre chi­kungunya – entre 1º de janeiro e esta sexta-feira, 19 de maio, uma nova epidemia. A cidade também confirmou mais uma morte em decorrência da do­ença, a segunda em 2023.

Os dados do painel da Se­cretaria Municipal da Saúde mostram ainda que o municí­pio já superou o total registra­do nos cinco primeiros meses do ano passado, de 5.971. São 459 a mais, alta de 7,69%. A média em 2023 é de incríveis 47 casos por dia, quase dois por hora. Ribeirão Preto fe­chou 2022 com 20 ocorrên­cias diárias, em média. Em uma semana, já foram confir­mados mais 891.

Ainda há 14.552 em inves­tigação. O volume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da população, propi­ciou o surgimento de criadou­ros e a proliferação do mos­quito Aedes aegypti. São 314 casos de dengue em 17 dias de maio, contra 1.512 do mesmo período do ano passado, 1.198 a menos, recuo de 79,23%.

A cidade fechou maio de 2022 com um total de 2.215 ocorrências. Abril já soma 2.371 casos, apenas 116 a me­nos que os 2.487 do mesmo período do ano passado, que­da de 4,66%. O município teve 398 em janeiro, 884 em feve­reiro e 2.463 em março.

O número de casos de den­gue no ano passado, em Ribei­rão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.483 vítimas do mosquito Aedes ae­gypti, contra 360 de 2021. São 7.123 a mais em 2022 e alta de 1.979%. A média de infecções no ano passado foi de 20 pa­cientes por dia na cidade, qua­se um por hora. Os números mudam toda semana.

Alerta
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade, ainda com volume de chuva bem acima da média para o período. Em 2021, o nú­mero de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemio­lógico, divulgado pela Secre­taria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue havia sido há três anos, na primeira metade de 2020, a sexta em pouco mais de uma década. Na época, a média diária de pessoas diagnostica­das com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Neste ano, das 6.430 víti­mas, 2.098 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 1.607 es­tão na faixa dos 40 a 59 anos, 1.080 estão entre 10 e 19 anos, 841 têm mais de 60 anos, 567 são crianças de 5 a 9 anos, 198 têm entre 1 e 4 anos e 39 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 2.562 casos na Zona Leste, 1.345 na Oeste, 903 na Norte, 764 na Sul e 736 na Central, além de 120 sem identificação de distrito.

Em 14 anos, Ribeirão Preto já registrou 155.263 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 621.052. Em 2021, Ribeirão Preto também teve dois casos de febre chikungunya impor­tados da Praia Grande, no lito­ral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro importados. Neste ano são 17 casos, sete importados.

Não há casos de zika ví­rus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, o município registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue es­tão dentro das casas da cida­de. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a po­pulação tem de colaborar.

No último sábado (13), a Divisão de Vigilância Am­biental em Saúde visitou 2.102 imóveis, entre residências e terrenos baldios, e encontrou e eliminou 45 focos do mos­quito transmissor nos jardins Independência, Castelo Bran­co, Florestan Fernandes e Diva Tarlá, no Centro e na Vila Amélia. No total, foram reti­rados 309 quilos de criadou­ros do mosquito, além de 34 pneus. Participaram da ação 88 funcionários com onze via­turas e um caminhão.

Ribeirão Preto já tem duas mortes em 2023
Ribeirão Preto já registrou duas mortes em decorrência da do­ença neste ano (não há informa­ções sobre as vítimas disponíveis no painel da Secretaria Municipal da Saúde) e uma em 2022. Em 2021, não houve óbitos na cidade. Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era importado de São Simão.

No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrên­cias fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

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