O número de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.447 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana –, contra 360 de 2021. São cinco casos em janeiro.
Morte
São 7.087 a mais em 2022 e alta de 1.969%. A média de infecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cidade, quase um por hora. Além disso, o município confirmou a primeira morte em decorrência da doença em 2022, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. A vítima é uma senhora de 65 anos portadora de comorbidades. Em 2021 não houve óbitos na cidade.
Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.
Por mês
Os dados divulgados no novo painel de arboviroses da Secretaria Municipal da Saúde indicam 59 casos registrados em dezembro, contra 64 ocorrências de novembro. A queda chega a 7,8%, com cinco infectados a menos. Os números mudam todo mês. Em outubro eram 65 e em setembro, 86.
Porém, os 59 casos de dezembro do ano passado estão 136% acima dos 25 do mesmo período de 2021. São 34 a mais. O aumento de casos da doença acende o sinal de alerta na cidade, ainda mais neste verão, com volume de chuva bem acima da média para o período.
Em 2021, o número de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga 18.764 pacientes que podem estar com a doença – aguarda exames.
O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,3% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atualizados pela Secretaria da Saúde –, 3.086 ocorrências a mais. A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase dois anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos.
Faixa etária
Na época, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora. Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos foram as principais vítimas do mosquito com 2.879 ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.832), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (1.144), idosos de 60 anos ou mais (765), crianças de 5 a 9 anos (516), de 1 a 4 anos (258) e menos de um ano (53). Neste ano, quatro pessoas têm entre 20 e 39 e uma entre 40 e 59 anos.
Regiões
Em 2021, a Zona Leste liderou com 165 ocorrências. Depois aparecem as regiões Oeste (63), Norte (51), Sul (47) e Central (34). Em 2022 foram 2.436 na Zona Leste, 1.752 na Norte, 1.287 na Oeste, 1.061 na Central e 911 na Sul, além de quatro registros sem identificação de distrito. Em 13 anos, Ribeirão Preto já registrou 148.797 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 595.188. Em 2022, são três casos na Zona Leste e dois na Central.
Em 2021, Ribeirão Preto também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 há três ocorrências, uma ocorrência importada do Piauí e outra do Tocantins, além de uma autóctone. Não há casos de zika vírus, sarampo e febre amarela em 2021 e no ano passado.
Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. Cerca de 90 toneladas de materiais que podem servir de criadouros para o mosquito foram retiradas das casas durante arrastões de limpeza somente no último ano. A prefeitura também recolheu mais de 3.600 pneus abandonados em terrenos baldios.