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Dengue avança e chega a 9.114

Ribeirão Preto ultrapassou o total de casos de dengue re­gistrado em 2022. As 9.114 ocorrências de 2023 estão 21,81% acima das 7.482 do ano passado. São 1.632 vítimas do mosquito Aedes aegypti – ve­tor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – a mais. A situação preocupa porque os dados compreendem um perí­odo inferior a seis meses, entre 1º de janeiro e 14 de junho.

A cidade já enfrenta nova epidemia. Já são cinco mortes em decorrência da doença em 2023. Os dados do painel da pasta mostram que o muni­cípio soma 3.144 casos a mais que os 5.970 dos cinco primei­ros meses do ano passado, alta de 52,66%. A média em 2023 é de incríveis 55 por dia, um a cada 26 minutos. Em uma se­mana foram confirmadas mais 362 vítimas do vetor.

Ainda há 18.159 em inves­tigação. Ribeirão Preto fechou 2022 com 20 ocorrências di­árias, em média. O volume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da popula­ção, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti. São 112 casos de dengue em junho.

Na comparação mensal, a tendência é de queda com a chegada do outono e inverno, estações mais secas. Em maio são 1.579, contra 2.214 do mesmo período do ano pas­sado, 635 a menos, recuo de 28,68%. Em relação a abril des­te ano, que soma 3.611 casos, a queda chega a 56,27%. São 2.032 a menos.

O município teve 398 em janeiro, 898 em fevereiro e 2.516 em março. O número de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.482 ví­timas do mosquito Aedes ae­gypti, contra 360 de 2021. São 7.122 a mais em 2022 e alta de 1.978%. Os números mudam toda semana.

Alerta
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade. Em 2021, o número de ocorrências despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemio­lógico, divulgado pela Secre­taria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue havia sido há três anos, na primeira metade de 2020, a sexta em pouco mais de uma década. Na época, a média di­ária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Neste ano, das 9.114 víti­mas, 3.102 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 2.205 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 1.553 estão entre 10 e 19 anos, 1.125 têm mais de 60 anos, 795 são crianças de 5 a 9 anos, 286 têm entre 1 e 4 anos e 48 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.371 casos na Zona Leste, 1.777 na Oeste, 1.440 na Norte, 1.338 na Sul e 1.072 na Central, além de 116 sem identificação de distrito.

Chikungunya
Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 157.946 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 631.784. Em 2021, a cida­de também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, qua­tro importados. Neste ano são 44 casos, onze importados.

Não há casos de zika ví­rus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue es­tão dentro das casas da cida­de. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a po­pulação tem de colaborar.

A Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde tem visi­tado imóveis e realizado mu­tirões em todas as regiões da cidade, orientando moradores sobre o risco de deixar a céu aberto recipientes que pos­sam acumular água e servir de criadouro do Aedes Aegypti, além de recolher material in­servível. Porém, para acabar com a dengue a população tem que colaborar.

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