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Dengue avança 74,5% no ano

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O número de casos de dengue em três meses deste ano, em Ribeirão Preto, já é superior ao do mesmo perío­do de 2022 e a cidade já teme nova epidemia. Nos primei­ros 90 dias de 2023, o volume de chuva bateu recordes no município. Somado à falta de atenção e cuidado da popula­ção, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti – ve­tor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e ama­rela na área urbana.

Ribeirão Preto registrou 2.215 casos de dengue entre 1º de janeiro e 31 de março deste ano, 946 a mais que os 1.269 de todo o primeiro trimestre de 2022, alta de 74,5%. Este número representa 49,4% do total de 2022. Ainda há 6.752 em investigação contando com cinco dias de abril. Em março já são 1.055 ocorrências, 32 a mais que as 1.023 do mesmo período do ano passado, au­mento de 3,1%.

Na comparação com fe­vereiro, quando 767 pessoas ficaram doentes, o recuo no mês passado chega a 37,5%. São 288 a mais. Abril já soma dois casos, totalizando 2.217 ocorrências em 2023. O núme­ro de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janei­ro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.487 vítimas do mosquito Aedes aegypti – ve­tor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e ama­rela na área urbana –, contra 360 de 2021.

Morte
São 7.127 a mais em 2022 e alta de 1.980%. A média de in­fecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cidade, quase um por hora. Os núme­ros mudam todo mês. Além disso, o município confirmou a primeira morte em decor­rência da doença em 2022, se­gundo a Secretaria Municipal da Saúde. A vítima é uma se­nhora de 65 anos portadora de comorbidades. Em 2021 não houve óbitos na cidade.

Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era im­portado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrên­cias fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

Por mês
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade, ainda mais neste verão, com volume de chuva bem acima da média para o período. Em 2021, o número de casos despencou em Ribei­rão Preto, na comparação com o ano anterior.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saú­de, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos. Neste ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga 6.752 pacientes que podem estar com a doença – aguarda exa­mes. Até o final de 2022 eram 18.764.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há três anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na épo­ca, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegyp­ti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos foram as principais vítimas do mos­quito com 2.895 ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.842), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (1.148), idosos de 60 anos ou mais (771), crianças de 5 a 9 anos (517), de 1 a 4 anos (261) e menos de um ano (53).

Neste ano, das 2.217 vítimas, 743 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 631 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 326 têm mais de 60 anos, 328 estão entre 10 e 19 anos, 125 são crianças de 5 a 9 anos, 54 têm entre 1 e 4 anos e dez são bebês com menos de 1 ano de idade. São 952 casos na Zona Leste, 421 na Oeste, 290 na Norte, 276 na Central e 242 na Sul, além de 236 sem identi­ficação de distrito.

Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 151.054 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes supe­rior – de 604.216. Em 2021, a cidade também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro importa­das. Neste ano são seis casos, cinco importados.

Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totali­zando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão den­tro das casas do município. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a po­pulação tem de colaborar.

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