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Dengue avança 51% em 43 dias

JF PIMENTA-ESPECIAL PARA O TRIBUNA

Ribeirão Preto não en­frenta epidemia de dengue há dois anos, desde 2016, quando 35.043 pessoas foram vítimas do Aedes aegypti – mosquito transmissor da doença, do zika vírus, da febre chikungunya e da amarela na área urbana –, mas os números constatados em 43 dias de 2019 preocupam as autoridades, principalmente porque um novo sorotipo, o vírus tipo 2, ainda mais forte, já circula no município.

Na manhã desta terça-feira, 12 de fevereiro, o prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB), o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, o titular da pasta estadual, José Henrique Germann Ferreira, e o secretá­rio-chefe da Casa Militar e co­ordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, coronel PM Walter Nyakas Júnior, con­cederam entrevista coletiva, no Palácio Rio Branco, para anun­ciar as ações que serão implan­tadas no município para frear o avanço do vetor.

Apesar de ainda não enfren­tar uma nova epidemia de den­gue, os números preocupam. Em 43 dias deste ano já foram confirmados 124 casos da do­ença – 20% do sorotipo 2, cerca de 25, que é mais forte e contra o qual a população não é imune. Em dois meses de 2018 a cidade registrou 82 ocorrências. São 42 a mais e alta de 51,2%. Ribeirão Preto terminou o ano passado com 246 casos, número exata­mente igual ao do período ante­rior. A quantidade de vítimas do Aedes aegypti nos dois períodos são as mais baixas registradas nos últimos doze anos. Das 246 pessoas picadas pelo vetor, 81 moram na Zona Leste, mais 64 na Oeste, 49 na Norte, 35 na Sul e 17 na Central.

O segundo menor registro de casos foi em 2012, com 317 casos. Em 2014 foram 398 re­gistros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram supe­riores a mil, em alguns deles pas­sando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). “Iremos colo­car a coordenadoria da Defesa Civil Municipal, a Guarda Civil Municipal com as equipes da Secretaria Municipal da Saúde e da Superintendência de Con­trole de Endemias (Sucen), que envolvem algo em torno de 150 pessoas, trabalhando no comba­te ao mosquito Aedes aegypti”, anunciou o prefeito.

Em seguida, numa operação de esclarecimento e conscien­tização da população, as auto­ridades municipais e estaduais seguiram até a Vila Tibério para acompanhar o trabalho dos agentes de combate de endemias em algumas residências do bair­ro. Durante as visitas, o prefeito fez questão de enfatizar que 80% dos criadouros potenciais do vetor estão dentro das resi­dências e a conscientização da população é de extrema impor­tância para vencer a batalha con­tra a dengue e outras doenças que o mosquito transmite.

“Esse é um papel importante e de cidadania que cada uma das pessoas deve exercer, olhar os vasinhos, verificar se tem água parada, olhar com uma lanter­na se tem larva, secar, eliminar focos e não permitir que o mos­quito se prolifere, para que nós possamos manter a cidade sem epidemia e a saúde pública em boas condições para a popula­ção”, disse o chefe do Executivo.
Germann enalteceu a im­portância de todos estarem en­volvidos na mobilização contra o mosquito. “Hoje, a situação de Ribeirão Preto é sem risco para a população com relação a dengue, com aproximada­mente 120 casos em 2017. Isso não é uma epidemia, mas pre­cisamos trabalhar intensamen­te e a Secretaria de Estado está junto com a prefeitura e nosso papel é de orientação e coorde­nação das ações”.

“Estamos aqui em Ribei­rão Preto buscando dar apoio a essa campanha de conscientiza­ção da população de combate a dengue. Pedimos, portanto, o engajamento de todos, prin­cipalmente na fiscalização e eliminação dos criadouros de mosquitos. A Defesa Civil do Estado de São Paulo, junta­mente com a Defesa Civil Mu­nicipal, está engajada nessa luta”, afirma Nyakas Júnior.

Sandro Scarpelini afirmou que, embora o número de casos tenha aumentado com relação ao mesmo período do ano pas­sado, o índice é menor que de outras cidades da região. “Isso se deve ao serviço desenvolvido pelas nossas equipes, contudo, com o fluxo migratório diário que temos na cidade, nós temos chance de aumentar o núme­ro de casos nos próximos dias, portanto, mais uma vez estamos aqui para reforçar que, além das nossas atividades, precisamos muito da participação da po­pulação limpando sua própria casa” esclarece o secretário.

Segundo o mais recente Le­vantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial (IIP), que mede a quan­tidade de criadouros do Aedes aegypti em Ribeirão Preto é de 2,7%, e a cidade está em alerta contra o vetor. Significa que a cada 100 imóveis, quase três têm focos do inseto. No levantamen­to de junho a situação era bem pior e o município estava no grupo de risco, com IIP de 5,3%. Fechou 2017 em alerta. Na épo­ca, o índice estava em 1,3% – in­ferior ao de 2016, de 1,6%.

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