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Dengue avança 153,4% no ano

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O número de casos de den­gue no primeiro bimestre des­te ano, em Ribeirão Preto, mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2022. Nos primeiros 59 dias de 2023, o volume de chuva bateu recor­des na cidade. Somado à falta de atenção e cuidado da popu­lação, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika ví­rus e das febres chikungunya e amarela na área urbana.

Ribeirão Preto registrou 626 casos de dengue no primeiro bimestre, 379 a mais que os 247 dos dois primeiros meses de 2022, alta de 153,4%. Em feve­reiro de 2023 são 336. São 142 a mais que os 194 do mesmo pe­ríodo do ano passado, aumento de 73,2%. Na comparação com janeiro, quando 290 pessoas fi­caram doentes, a alta no mês do carnaval chega a 15,9%, aporte de 46 ocorrências.

O número de casos de den­gue no ano passado, em Ribei­rão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.478 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikun­gunya e amarela na área urba­na –, contra 360 de 2021.

Morte
São 7.118 a mais em 2022 e alta de 1.977%. A média de infecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na ci­dade, quase um por hora. Os números mudam todo mês. Além disso, o município confirmou a primeira morte em decorrência da doença em 2022, segundo a Secre­taria Municipal da Saúde. A vítima é uma senhora de 65 anos portadora de comorbi­dades. Em 2021 não houve óbitos na cidade.

Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era im­portado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrên­cias fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

Por mês
Os dados divulgados até esta sexta-feira (3) não in­cluem março. O aumento de casos da doença acende o si­nal de alerta na cidade, ainda mais neste verão, com volume de chuva bem acima da média para o período. Em 2021, o nú­mero de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior.

Segundo dados do Bole­tim Epidemiológico, divulga­do pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram re­gistrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos. Neste ano, a Secreta­ria Municipal da Saúde (SMS) investiga 2.669 pacientes que podem estar com a doen­ça – aguarda exames. Até o final de 2022 eram 18.758.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase três anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na época, a média diária de pesso­as diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegyp­ti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos foram as principais vítimas do mos­quito com 2.891 ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.841), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (1.146), idosos de 60 anos ou mais (769), crianças de 5 a 9 anos (517), de 1 a 4 anos (261) e menos de um ano (53).

Neste ano, 196 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 192 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 87 têm mais de 60 anos, 99 es­tão entre 10 e 19 anos, 33 são crianças de 5 a 9 anos, 18 têm entre 1 e 4 anos e tem um bebê com menos de 1 ano de idade. São 273 casos na Zona Leste, 132 na Oeste, 64 na Central, 58 na Sul e 58 na Norte, além de 41 sem identificação de distrito.

Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 149.454 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes supe­rior – de 597.816. Em 2021, a cidade também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e de Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram três ocorrências, uma ocorrência importada do Piauí e outra do Tocantins, além de uma au­tóctone. Neste ano são quatro casos importados.

Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totali­zando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos fo­cos de dengue estão dentro das casas da cidade.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 360 casos
2022 – 7.464 casos
2023 – 626 casos

Total desde 2009: 149.454, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 597.816

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