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Dengue avança 101,1% no ano

Mosquito transmissor da Dengue - Divulgação

O número de casos de den­gue no primeiro trimestre de 2022, em Ribeirão Preto, repre­senta mais que o dobro do total de 2021. Entre 1º de janeiro e 31 de março, a cidade contabiliza 722 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikun­gunya e amarela na área urba­na –, contra 359 de todo o ano passado. São 363 a mais e alta de 101,1%.

A média de infecções no trimestre chega a oito pacientes por dia na cidade. Em março, esta taxa sobe para 16. Segundo os dados divulgados pela Secre­taria Municipal da Saúde nesta quarta-feira, 6 de abril, Ribeirão Preto começou 2022 com 51 casos em janeiro, em fevereiro este número saltou para 181 e em março disparou para 490, média de quase 16 por dia no mês passado e alta de 170,7% na comparação com o anterior, 309 a mais.

Trimestre
Também é 842,3% supe­rior do que as 52 ocorrências de março de 2021. São 438 a mais. Na comparação entre os trimestres, a alta em Ribei­rão Preto chega a 533,3%. São 608 vítimas do Aedes aegypti a mais que as 114 do mesmo período do ano passado. O aumento de casos da doença acende o sinal de alerta na cidade. O trabalho das equi­pes da Divisão de Vigilância Ambiental é desenvolvido du­rante o ano todo, mas é fun­damental a conscientização e ajuda da população no com­bate à proliferação do mos­quito que transmite a dengue.

Dentro de casa
“Oitenta por cento dos focos de dengue estão nas casas das pessoas e, por isso, a conscien­tização da população é funda­mental. Cada morador deve cui­dar do seu quintal, eliminando focos de água parada para que o mosquito não se desenvolva. Precisamos muito da partici­pação da população, limpando sua própria residência”, orienta a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos.

“A conscientização e ajuda da população são fundamen­tais para o controle da dengue. Portanto, solicitamos aos mora­dores da cidade que eliminem os criadouros do mosquito limpando seus quintais sema­nalmente e eliminando água parada, ambiente ideal para o Aedes crescer. Somente assim conseguiremos vencer essa ba­talha na cidade”, alerta o secre­tário municipal da Saúde, José Carlos Moura.

O número de casos despen­cou em Ribeirão Preto no ano passado, na comparação com 2020. Segundo dados do Bole­tim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram registra­dos 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.247 a menos.

Em 2021 foram registradas 26 ocorrências de janeiro, 36 de fevereiro, 52 de março, 95 de abril, 61 de maio, 20 de junho, onze de julho, nove de agosto, sete de setembro, oito de outu­bro, nove de novembro e 25 de dezembro. A Secretaria Mu­nicipal da Saúde (SMS) inves­tiga mais 2.983 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames.

Mortes
Não houve mortes por den­gue no ano passado na cidade. Em 2020, ocorreram onze óbi­tos, mas um caso era importa­do de São Simão. No total ofi­cial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimen­tos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Ae­des aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016).

Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em de­corrência da infecção desde 2016, quando nove pacien­tes não resistiram aos vírus. O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,3% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atuali­zados pela Secretaria da Saúde –, 3.086 ocorrências a mais.

Epidemia
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase dois anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na época, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.
Dos 17.606 casos confir­mados naquele período, 2.932 são de janeiro, 6.695 de feve­reiro, 5.045 de março, 1.865 de abril, 806 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agos­to, doze de setembro, cinco de outubro, seis de novembro e apenas sete de dezembro.

Faixa etária
Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos lidera­ram com 262 ocorrências, se­guidas por quem tem entre 40 e 59 anos (193), crianças e ado­lescentes de 10 a 19 anos (100), idosos de 60 anos ou mais (95), crianças de 5 a 9 anos (51), de 1 a 4 anos (17) e menos de um ano (quatro).

Zona Sul lidera em 2022 – No ano passado, a Zona Leste liderou com 159 ocorrências. Depois aparecem as regiões Oeste (62), Sul (45), Norte (42) e Central (34). Em 2022 são 250 na Zona Sul, 233 na Leste, 107 na Norte, 82 na Central e 40 na Oeste, além de dez registros sem identificação de distrito.

Em pouco mais de 13 anos, Ribeirão Preto já regis­trou 141.839 casos de dengue, 19,7% da população, mas este número pode ser quatro ve­zes superior – de 567.356, ou 78,8% dos 720.116 habitantes da cidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE).

No ano passado, Ribeirão Preto também teve dois casos de febre chikungunya importa­dos da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, ca­pital do Estado de Goiás. Não há ocorrências em 2022. Nem de zika vírus e sarampo em 2021 e neste ano.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 359 casos
2022 – 490 casos

Total desde 2009: 141.839, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 567.356

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