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Demonizar para reinar

A humanidade ao longo de sua jornada na Terra, sempre viveu, e vive envolvida em conflitos, e estes conflitos são gerados pelos pode­rosos que são ungidos por Deus, e com as suas ganâncias, e sede pela conquista de novos territórios fazem da guerra o seu maior troféu. A história está recheada de guerras, que dizimaram populações inteiras, e os vitoriosos impingem a dominação total dos vencidos, e a exibição dos cadáveres esparramados por longa extensão de terra é prova da sua força bélica. E essa predileção pelos conflitos armados criou o mercado mais lucrativo do mundo, e para manter esta joia reluzente precisa que haja sempre uma guerra, e com isso os altos lucros se perpetuam.

Sempre após uma grande catástrofe humana e material, os seres humanos aparentemente ficam mais humanos. Foi o que aconteceu após a carnificina e o rastro de destruição que a segunda Guerra mun­dial nos deixou. A aparente união dos vencedores fez surgir a Decla­ração Universal dos Direitos Humanos, que seria a Bíblia das relações internacionais, e a ONU (Organização das Nações Unidas), que seria a mediadora entre as Nações. Mas como diz o ditado popular: “Quer conhecer o caráter de uma pessoa dê-lhe poder”, e foi o que aconteceu. Normalmente o troféu de campeão é dividido entre o time vencedor, no entanto ele foi dividido entre inimigos contumazes, e aí o caminho para a terceira Guerra começou a ser pavimentado.

As bombas atômicas despejadas pelo Tio Sam nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, após três meses da rendição dos alemães, por­tanto, após o final da Guerra foi a demonstração que a paz não era a sua intenção. A partir daí a bipolarização entre socialismo e capitalismo fez surgir a Guerra Fria, que tantos prejuízos trouxeram para a humanida­de, e novas e intermináveis guerras se proliferaram pelo mundo com o patrocínio dos dois impérios. Um Império fala em democracia, o outro de socialismo centrado no Estado, no entanto o sofisma foi o grande vencedor desta demanda.

No quesito habilidade, o Tio Sam é especialista em demonizar seus oponentes, e usa com expertise a propaganda alicerçada em notícias fal­sas para destruir o inimigo escolhido, e quando a persuasão e a intimi­dação fracassam, as suas forças armadas entram em ação, e aí não existe crime de guerra, pois como juiz julgam e condenam seus oponentes. As bombas atômicas despejadas em cidades japonesas, que causaram mais de duzentas mil mortes de civis, não renderam nenhuma sanção ao Império do norte, fato que corroborou para a sua primazia no mundo.

Não houve nenhum conflito ou guerra pós 1945, em que os EUA não estivesse envolvido, direta ou indiretamente através de seus asseclas, a nova ordem mundial passou a ser a sua vontade. Agindo como cupim, fez des­moronar a União Soviética, e sem oposição impingiu ao mundo o consenso de Washington para propalar o neoliberalismo, como política para com­bater a miséria nos países em desenvolvimento – a velha política do Estado mínimo, e com isso os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais pobres.

Fora do radar do Império do norte por muito tempo, a China cresceu sustentavelmente nos últimos quarenta anos em todos os setores, e quando o Império se deu conta já estava sendo ultrapassado, como na fábula da tartaruga e do coelho. Só que o crescimento e a evolução chinesa trouxeram outros atores para o palco principal, aí o Tio Sam quer levar o combate para o campo que tem mais destreza – o campo da demonização do inimigo. A expansão da OTAN, por ordem do Pentágono, para os limites da Rússia usando a Ucrânia como bucha humana foi uma provocação calculada, e a Rússia mordeu a isca, e agora o Tio Sam paga de bom moço.

A prova que a política estadunidense é tentar destruir a China ficou explícita na fala do secretário de Estado do governo Biden, Antony Blinken; “A China é o único país com meios diplomáticos, militares, fi­nanceiros e tecnológicos para ameaçar a estabilidade e o aberto sistema internacional de regras abertas valores e relações que fazem o mundo funcionar do jeito que nós queremos; porque no final das contas isso serve aos interesses, e reflete os valores do povo americano”. A história um dia vai revelar quem é o demônio!

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