Com evasão de 37 deputados e filiação de dez, o DEM foi o partido que teve a maior perda na Câmara desde 2007. A sigla hoje negocia a entrada de até 12 deputados na sua bancada de 29 parlamentares, e é uma das mais interessadas na antecipação da janela partidária.
Após a filiação do senador Fernando Bezerra (PE) ao PMDB e as abordagens pelo partido ao deputado Marinaldo Rosendo (PSB-PE), a disputa por outros dissidentes do PSB causou conflito com o partido do presidente Michel Temer. O líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB), chamou as atitudes do PMDB de “mesquinhas” e disse que os “rumos definidos” do DEM “falam mais forte que a caneta do PMDB”. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também reclamou do assédio do PMDB.
“Gerou um desconforto, um ruído. Não é o tratamento que um aliado espera receber. Parece que o PMDB acredita que a agenda do partido é maior que a agenda do Brasil”, disse Efraim Filho. “Essas atitudes mesquinhas do PMDB acabam fragilizando (o apoio do DEM)”.
O líder do partido diz que o DEM “foi o único partido a dar 100% dos votos a favor da reforma trabalhista”. “Nem dentro do PMDB o governo conseguiu essa lealdade, e é essa a resposta que recebemos”, afirmou. Efraim Filho, porém, nega que o desconforto terá alguma influência sobre a votação da segunda denúncia de Temer na Câmara. “Vamos analisar com base nos fatos”.