O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na terça-feira, 8 de fevereiro, a formação de um novo partido, o União Brasil, resultante da fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL). A aprovação, que já era esperada, foi unânime. O número da sigla será o 44.
Com a fusão, o União Brasil torna-se, de imediato, a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 81 cadeiras, e o PT, a segunda maior, com 53 parlamentares. Dessa maneira, o novo partido passa a ter direito, em tese, à maior fatia do Fundo Partidário, algo em torno de R$ 160 milhões. Ainda terá sete senadores e três governadores.
Pode ocorrer, contudo, significativa migração de parlamentares descontentes com a fusão. Para isso, os deputados devem aproveitar a chamada janela partidária, que permite, em um intervalo de tempo predeterminado antes das eleições para a Câmara, a mudança de sigla sem perda de mandato.
Neste ano, a janela ficará aberta entre 3 de março e 1º de abril. Em seu estatuto, o União Brasil se declara “social liberalista” e defende o papel do Estado como “regulador” da economia, focado em garantir à população serviços essenciais “como saúde, educação, segurança, liberdade, habitação e saneamento”.
A fusão do DEM com o PSL deve provocar mudanças no quadro político de Ribeirão Preto, onde o novo partido deverá ter dois vereadores, Paulo Modas (PSL) e Gláucia Berenice (DEM). Ambos afirmaram ao Tribuna em outubro que migrariam para o União Brasil.
Paulo Modas acredita que a unificação permitirá a reunião de forças políticas preocupadas com o futuro do país. “O novo partido e essa nova via é a pavimentação de um caminho mais harmonioso e equilibrado para o crescimento do país”, afirmava.
Já Gláucia Berenice dizia que acompanhava com interesse os movimentos de ambos os partidos. Em convenção nacional conjunta, PSL e DEM sacramentaram a unificação. “Era o encaminhamento natural de algo discutido pela cúpula dos partidos”, revelou a vereadora à época.
“Normalmente o partido criado com a fusão tende a seguir as linhas programáticas originais dos partidos. Além do fortalecimento das agremiações, espero que a conjugação de forças sirva para apoiar as políticas públicas necessárias para o desenvolvimento do país”, garante.
Para o presidente do Diretório Municipal do Democratas de Ribeirão Preto e secretário municipal de Esportes, André Trindade, a fusão é importante e vai ao encontro da ideologia defendida pelas duas legendas: o liberalismo. Sobre o futuro do novo partido na cidade, Trindade aguardava a definição em nível nacional.
Já o presidente do Diretório Municipal do PSL, Caio Abraham, acredita que deverá comandar a nova legenda por aqui, amparado pelo apadrinhamento do deputado federal e presidente do diretório estadual do PSL no Estado de São Paulo, Junior Bozella.
“No estado de São Paulo a maior liderança com abrangência em todo o território Paulista entre os quadros presentes é o Deputado Federal Júnior Bozzella, atual presidente estadual e Vice-presidente Nacional do PSL”, afirmou Abraham em outubro.
O PSL tem, atualmente, a maior bancada da Câmara, com 54 deputados. No Senado, o partido tem dois representantes. Já o Democratas tem 28 deputados, a 11ª maior bancada. No Senado, o partido tem seis representantes, além do presidente da Casa, e do Congresso, Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais.