O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38% em maio deste ano. A queda de preços foi ainda mais intensa do que a registrada em abril (-0,31%). Essa é a menor variação mensal do indexador oficial da inflação no Brasil desde agosto de 1998, quando foi registrada retração de 0,51% no custo de vida.
Com o resultado de maio, o IPCA acumula deflação de 0,16% no ano e inflação de 1,88% em doze meses. O indexador encerrou 2019 em 4,31%, acima do centro da meta do Banco Central, de 4,25%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 10 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Essa é a segunda maior deflação do Plano Real”, frisa Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. No período, a queda de 27,14% nos preços das passagens aéreas deu a principal contribuição para a deflação de 0,45% registrada pelos serviços no IPCA. Em abril, a inflação de serviços foi de 0,25%.
“A deflação de serviços foi puxada por passagens aéreas e outros serviços que continuam em queda, ligados a turismo, como hospedagem e pacotes turísticos”, ressalta. Já os preços de bens e serviços monitorados pelo governo passaram de uma redução de uma deflação de 2,06% em abril para recuo de 1,02% em maio. “Os combustíveis caíram menos que no mês anterior. A energia elétrica também caiu menos”, justifica Kislanov.
A deflação em maio deste ano foi puxada principalmente pelo comportamento da gasolina, cujos preços recuaram 4,35%. Os combustíveis, de uma forma geral, apresentaram queda de 4,56%, com baixas também no etanol (-5,96%) e no óleo diesel (-6,44%).
Os transportes, como um todo, tiveram deflação de 1,90% em maio. Além dos combustíveis, houve influência das passagens aéreas (-27,14%). Outros grupos de despesas com queda de preços foram habitação (-0,25%), vestuário (-0,58%), saúde e cuidados pessoais (-0,10%) e despesas pessoais (-0,04%).
Por outro lado, os alimentos evitaram uma queda maior dos preços, já que apresentaram uma inflação de 0,24% no mês, puxada por itens como cebola (30,08%), batata-inglesa (16,39%) e feijão carioca (8,66%). Apesar disso, itens como a cenoura e as frutas tiveram queda de preços, de 14,95% e 2,10%, respectivamente.
Segundo IBGE, outros grupos com inflação em maio foram artigos de residência (0,58%), educação (0,02%) e comunicação (0,24%). “Lembrando que em passagens aéreas o resultado de maio reflete a coleta de preços feita em março para viagens em maio”, acrescenta Kislanov.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede em todo o país a variação nacional da cesta de compras de famílias com renda até cinco salários mínimos, teve deflação (queda de preços) de 0,25% em maio deste ano.
Segundo o IBGE, a deflação foi mais intensa do que a registrada pelo INPC em abril (-0,23%) e é o menor resultado para um mês de maio desde o início do Plano Real, em 1994. O INPC acumula inflação de 0,06% no ano e de 2,05% em 12 meses.
Ficou acima das taxas anotadas pelo IPCA em maio (-0,38%), no acumulado no ano (-0,16%) e em doze meses (1,88%). Segundo o INPC, em maio, os produtos alimentícios tiveram alta de preços de 0,40%, enquanto os não alimentícios caíram 0,44%.