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Déficit do IPM pode barrar pagamentos

FL PITON/CCS

O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) afirmou na ma­nhã da última terça-feira, 6 de agosto, que se a reestruturação do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) não sair do papel em médio prazo, o dé­ficit do órgão previdenciário vai inviabilizar até o pagamento dos 5.875 aposentados e pensionis­tas e dos próprios 9.204 servido­res municipais da ativa.

O prefeito participou de reu­nião no Palácio Rio Branco com o líder do governo na Câmara de Vereadores, André Trindade (DEM), o presidente da Comis­são Permanente de Seguridade Social, Jorge Parada (PT), e os demais integrantes – Gláucia Berenice (PSDB), Eliseu Rocha (PP) e Luciano Mega (PDT) –, além do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Reda­ção (CCJ), Isaac Antunes (PR).

O encontro foi promovido para o prefeito esclarecer pon­tos do projeto de reestrutura­ção do instituto. Acompanhado da superintendente do IPM, Maria Regina Ricardo, do as­sistente da Casa Civil, Antônio Daas Abboud, e do secretário da Casa Civil, Nicanor Lopes, Duarte Nogueira apresentou novamente a situação financeira do município e a necessidade da reformulação do órgão previ­denciário, assim como a refor­ma que está sendo discutida no Congresso Nacional.

O chefe do Executivo ressaltou que, com a aprovação da reforma da Previdência, a União contará com um potencial fiscal de R$ 913 bilhões, em dez anos. Já em relação aos 2.200 municípios que possuem regime previdenciário próprio, são necessárias medidas para que as cidades possam voltar a ter capacidade de investimento.

No caso de Ribeirão Preto, por exemplo, em 2018, o valor gasto pelo instituto para o pagamento de aposentadorias e pensões ficou próximo de R$ 200 milhões. Para este ano, a previsão é que o repas­se chegue a R$ 550 milhões para uma receita de contribuições da prefeitura e dos servidores de R$ 200 milhões. Deste total, R$ 350 milhões serão obrigatoriamente repassados pela administração municipal para cobrir o déficit nestes pagamentos. Para o ano que vem, o Palácio Rio Branco estima que o valor gasto pelo IPM será de R$ 585 milhões.

“Com a reestruturação do IPM, a prefeitura proporcionará mais sustentabilidade ao déficit existente e que inviabiliza as contas do município. A reestruturação se faz necessária. Se nada for feito, como conseqüência, em médio prazo, esse déficit vai inviabilizar até o pagamento dos aposenta­dos e pensionistas dos próprios servidores municipais”, garante o prefeito. A folha total de benefícios do instiotuto em junho foi de R$ 39.664.947,50. Já a folha de paga­mento doe servidores da ativa é de cerca de 63 milhões.

O déficit do Instituto de Previ­dência dos Municpiários saltou de R$ 120 milhões em 2017 para R$ 240 milhões em 2018 e, neste ano, será de R$ 350 milhões. Em feve­reiro deste ano, a Câmara aprovou o projeto do Executivo, criando um limite para aposentadorias e pensões de servidores e um regi­me de previdência complemen­tar aos funcionários públicos de Ribeirão Preto que foram contra­tados a partir de então. O teto dos benefícios passou a ser igual ao do Instituto Nacional do Seguro So­cial (INSS), de R$ 5.839,45.

Prioridade zero
Para o líder do governo na Câ­mara, André Trindade, o projeto de reformulação do IPM é uma das prioridades do governo no segundo semestre legislativo que começou no dia 1 de agosto. Se­gundo ele, o objetivo do governo é discutir e tirar todas as dúvidas sobre a proposta para que seja aprovada. O Sindicato dos Servi­dores Municipais de Ribeirão Pre­to é contra e tem se manifestado publicamente sobre o assunto. Re­centemente, encaminhou ofício para todos os vereadores propon­do que eles não aprovem o proje­to encaminhado pelo Executivo para aquela casa de leis.

Encaminhado pelo prefeito Duarte Nogueira no dia 11 de julho, a proposta tem como prin­cipais mudanças a criação de um Fundo Imobiliário vinculado ao Instituto, a destinação dos recur­sos da dívida ativa futura como receita para o IPM e o aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14% para os servidores e de 22% para 28% para a prefeitura.

O Fundo Imobiliário a ser criado será responsável por rece­ber os recursos das vendas e loca­ções dos imóveis pertencentes ao município que serão repassados para o Instituto. Já a vinculação da dívida ativa futura – ou seja, a partir da entrada em vigência da lei – significa que todo débito pago pelo devedor seria destina­do para o Fundo Previdenciário do IPM. A duração desta trans­ferência prevista no projeto é de 75 anos. Vale lembrar que é in­cluído na dívida ativa todo débi­to existente com a prefeitura que mude de exercício fiscal, isto é de um ano para o outro.

O projeto estabelece tam­bém uma parceria entre Prefei­tura e a Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto para uma reengenharia financeira que resulte na transferência de forma gradual de servidores ati­vos do Fundo Financeiro, hoje com problemas de caixa para o Fundo Previdenciário, que não enfrenta este tipo de dificulda­des. Mudanças na forma de pagamento das pensões futuras também fazem parte do projeto.

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