Por Fausto Macedo, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo
“Preso e sob pressão” por ter sido condenado a 12 anos de prisão, Antonio Palocci negocia acordo de delação “que exige que se justifiquem acusações falsas e sem provas apresentadas” contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim reagiu o criminalista Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula. Em nota, ele afirmou ainda que “o depoimento de Palocci é contraditório com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e com as provas apresentadas”.
Para a defesa de Lula, a declarações de Palocci terão o mesmo destino das feitas pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, e do ex-senador Delcídio Amaral. “Como Léo Pinheiro e Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena.” Para a defesa de Lula, Palocci compareceu “pronto para emitir frases e expressões de efeito, como pacto de sangue”. Zanin concluiu sua nota afirmando que “após cumprirem este papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas” até pelo Ministério Público Federal.
Dilma e PT. A ex-presidente Dilma Rousseff s não se manifestou sobre as declarações de Palocci. A Comissão Executiva Nacional do O PT divulgou nota afirmando que “rechaça as informações prestadas pelo ex-ministro”. “O depoimento se soma a outras tentativas da Força Tarefa da Lava Jato de tentar incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem apresentação de provas, baseadas apenas em delações sem valor legal. Fica cada vez mais claro o caráter de perseguição política movida por setores da Justiça contra o PT.”.
A executiva do partido relaciona o conteúdo do depoimento de Palocci com o fato de que Lula liderar pesquisas de opinião de voto para as eleições de 2018. “O PT se solidariza com o ex-presidente Lula, que nos últimos anos teve sua vida devassada sem que houvesse sido encontrado qualquer vestígio de enriquecimento pessoal.”
A Odebrecht informou também por meio de nota que a empresa “está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua”. Segundo ela, a empresa “já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador e Panamá, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.