O tema da 19ª Parada LGBTQIA+, programada para agosto deste ano, será em defesa da diversidade de gênero, o resgate da importância da luta e a conscientização pelo direito de uso do nome social de pessoas transexuais, travestis e não binárias. Conforme publicação do jornal Tribuna do dia 13 de maio, a ONG Arco-Íris de Ribeirão Preto, responsável pelo projeto; trará nesta edição uma bandeira vital para a comunidade LGBTQIA+: o direito à identidade de gênero, assunto sério, que deve ser tratado com o maior respeito e dignidade e que, infelizmente, ainda não é encarado com essa importância e aceitação, em diversos segmentos de nossa sociedade.
Particularmente para os transexuais, ainda se vê comportamentos de não aceitação da adversidade de gênero, principalmente quando relacionado a aspectos da saúde corporal e percepção do fenótipo, ou seja, das características morfológicas observáveis do indivíduo, condição comum quando uma pessoa trans procura atendimento médico para adequar seu fenótipo com sua condição atual de gênero. Fato ocorrido e verificado recentemente quando um homem-trans procurando ajuda médica, para mudar sua aparência feminina, pela presença de mamas volumosas, obrigando-o a usar faixas para pressioná-las no tórax, tem seu direito questionado pela sua seguradora de saúde, que obriga o seu médico solicitante do procedimento de adequação, a realizar procedimentos não condizentes com a realidade atual do paciente e até negando sua condição atual de gênero, como verificado.
Após análise da auditoria foi emitido o seguinte parecer: “Gentileza solicitar esclarecimentos referente ao novo procedimento solicitado, que se trata de beneficiário com sexo biológico feminino, não cabendo solicitação como ginecomastia”. Em resposta a este questionamento, esclareço para informação do auditor, que o sexo biológico não corresponde ao sexo social: “A existência de gêneros é a manifestação de uma desigual distribuição de responsabilidade na produção social da existência. A sociedade estabelece uma distribuição de responsabilidades, que são alheias às vontades das pessoas, sendo que os critérios desta distribuição são sexistas, classistas e racistas. Do lugar que é atribuído socialmente a cada um, dependerá a forma como se terá acesso à própria sobrevivência como sexo, classe e raça, sendo que esta relação com a realidade comporta uma visão particular da mesma’” 1, portanto não se admite tratar o indivíduo de sexo social, registrado como homem, seja tratado como mulher, cabendo aí uma discriminação de gênero. Assim, o indivíduo, que agora é portador de RG masculino, tem mama de homem e por isso tem ginecomastia e sua cirurgia será de retirada da ginecomastia.
E para não incorrer em crime de responsabilidade, precisamos entender que: “Diversidade e inclusão são temas que vêm sendo cada vez mais discutidos no cotidiano, na mídia e nos ambientes organizacionais. Hoje, toda empresa tem a necessidade de analisar o quanto seu negócio e sua marca apresentam diversidade para o público que consome e o quanto dão espaço para as pluralidades em seu interior. Com a integração da diversidade e da inclusão, a organização consegue demonstrar uma visão ampla e atrativa para todos, além de passar uma mentalidade mais aberta e respeitosa. Para atingir esse objetivo, torna-se fundamental entender melhor o que é diversidade e inclusão, quais as diferenças entre esses conceitos e como podemos colocá-los em prática” 2 e por isso, as entidades que dão assistência médica devem começar a aplicar estes novos conceitos de diversidade e inclusão e entender que todos somos iguais e, portanto, devemos ser tratados iguais em todo e qualquer lugar.
1-https://view.genial.ly/64061f504ea626001a206597/presentation-basic…
2-https://www.totvs.com/blog/carreiras/diversidade-e-inclusao