O décimo terceiro salário dos trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas deve injetar R$ 691.823.290,53 líquidos em Ribeirão Preto até o final do ano. A estimativa é do economista Gabriel Couto, responsável pelo Núcleo de Inteligência da Associação Comercial e Industrial (Acirp), e considera as duas parcelas que ainda serão pagas aos 235.020 empregados com carteira assinada e a segunda parte destinada aos 124.015 beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os aposentados e pensionistas já receberam 50% entre 26 de agosto e 6 de setembro, sem o desconto do Imposto de Renda, que será feito agora, entre 25 de novembro e 6 de dezembro, e varia de acordo com a renda – valor total do 13º do INSS na cidade é de R$ 205.100.186,73. A segunda parcela vai injetar R$ 102.550.093,36 na economia local porque a projeção de Gabriel Couto é baseada no valor líquido.
No total, contando a primeira e a segunda parcela dos funcionários da ativa e dos aposentados e pensionistas, o aporte em Ribeirão Preto entre agosto e dezembro deste ano será de R$ 794.373.383,90, crescimento de 5,6% em relação aos R$ 752.384.917,97 de 2018, um acréscimo de R$ 41.988.465,93.
O salário médio per capita e líquido dos funcionários da ativa saltou de R$ 2.421,65 no ano passado para R$ 2.507,83 em 2019, alta de 3,5%. Já o valor médio dos benefícios pagos pelo INSS cresceu 3%, de 1.605,67 para R$ 1.653,84.
Somente as duas parcelas do 13º dos trabalhadores em atividade vão injetar R$ 589.273.197,17 em Ribeirão Preto até 24 de dezembro – data em que os servidores municipais, aposentados e pensionistas do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) receberão o benefício. A primeira vai gerar um aporte de R$ 330.093.460,75 até 30 de novembro. A segunda parte será de aproximadamente R$ 259.179.736,43.
“Estimamos uma alta nominal de 5,6% no montante total pago na cidade em relação a 2018, cerca de 2,5% após descontada a inflação. Este montante já considera o valor líquido de deduções. A alta se deve ao aumento no número de empregos formais, além do ligeiro crescimento nos salários em relação a 2018”, explica Gabriel Couto em nota enviada à redação do Tribuna.
“A expectativa é de ligeiro crescimento em relação a 2018. Apesar do contingente de desempregados ainda elevado, o momento do emprego na cidade é melhor em relação a 2018. Adicionalmente, a economia apresenta crescimento positivo, apesar de baixo, e há a liberação dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)”, diz – o Saque Imediato do FGTS deve injetar mais R$ 100 milhões na cidade.
“Após a grave crise dos últimos anos, e considerando que ainda há um longo caminho para a recuperação total da economia, é natural que boa parte dos recursos seja destinada para poupança e pagamento de dívidas. Ainda assim, considerando o comportamento do consumidor ao longo dos últimos anos, pode-se esperar que uma parte razoável dos recursos se destine à compra de presentes”, finaliza o economista.
Pesquisa
No ano passado, segundo a Pesquisa Hábitos de Consumo de Natal e Fim de Ano, feita pela Boa Vista com pouco mais de 1.300 entrevistados em todo o Brasil, 45% dos consumidores informam que usarão esta renda extra para quitar dívidas – eram 37% em 2017.
Outros 21% alegaram que poupariam o 13º e 19% guardariam para pagar as contas de início de ano, como Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), matrícula e material escolar.
A margem de erro da pesquisa é de 3% e o grau de confiança de 95%. Ainda dos que 79% receberam o 13º salário, 6% usaram a renda a mais para viajar, 3% para comprar produtos da ceia de Natal e outros 6% dividiram o valor para comprar móveis e eletrodomésticos, roupas e acessórios ou presentes. Ainda teve 1% que comprou eletroeletrônicos.
Valores do 13º salário em RP (Valores líquidos) Valor total desde agosto, com a 1ª parcela do INSS Em 2018: R$ 752.384.917,97 Ativa: R$ 557.162.962,20 Trabalhadores: 230.076 Salário médio: R$ 2.421,65 INSS: R$ 195.221.955,77 Beneficiários: 121.583 Valor médio: R$ 1.605,67 Em 2019: R$ 794.373.383.90 Ativa: R$ 589273.197,17 Trabalhadores: 235.020 Salário médio: R$ 2.507,33 INSS: R$ 205.100.186,73 Beneficiários: 124.015 Valor médio: R$ 1.653,84 Primeira parcela dos ativos 2019 R$ 330.093.460,75 Segunda parcela dos ativos 2019 R$ 259.179.736,43. Cada parcela do INSS em 2019 R$ 102.550.093,36