“A finalidade do Estado é promover a justiça Social. Mas não há justiça social sem desenvolvimento e não há desenvolvimento sem soberania” (Getúlio Vargas).
Gostar ou não gostar não é a questão.
Especialmente, em matéria de responsabilidade político-social, que confere densidade a um sentimento renascido de nação, tão necessário nesse momento de crise política-institucional, crise econômica-social e crise sanitária. Não se pode simplesmente não querer conhecer a radiografia do Brasil real para que o Brasil se assuma como soberano.
Gostar ou não gostar não pode ser erigido em preconceito. Precisamos de um projeto para convencer a cidadania majoritária de que é absolutamente necessário um Projeto Nacional para nos redimir.
Por que o país que mais cresceu no mundo entre os anos de 1930 a 1980, mais do que a China e outros países asiáticos, regrediu tanto?
Para responder a essa interrogação angustiante surge o livro de Ciro Gomes, com seu “Projeto de Desenvolvimento: o dever da esperança” (editora LeYa, 2020), único de autoria de um político militante, que examina histórica, econômica, social e politicamente o pais, apresentando as vertentes de sua ressurreição, como país-nação.
Ouve-se, frequentemente, o não gostar do Ciro, mas a pessoa não sabe justificar esse não gostar, como se um tóxico inibisse seu senso crítico. Seguramente não é por ser ele competente e falar bem e nunca ter sido processado por nenhum malfeito na regência do interesse público, apesar de ter sido prefeito, deputado estadual governador e Ministro da Fazenda, no governo honrado de Itamar Franco.
Ou, o não gostar simplesmente porque critica a esquerda e apresenta, certo ou errado, um novo caminho para ela. Mas, o Brasil não pode prestigiar nenhum tipo de exclusão, muito menos no campo das ideias, donde há de surgir o projeto da consciência redentora do país.
Ele examina o Brasil de corpo inteiro, seu passado escravista e colonial, e seu olhar para o estrangeiro, tal como atualmente o projeto contrário o faz, mediante a desossada do Estado nacional.
A questão fundamental é aceitar o debate, amplo, geral, irrestrito, para pensar o Brasil, partindo de uma referência sugerida pela recente publicação, ou de outra, e nesse caso o livro lançado não pode ser desprezado.
A propósito, o autor diz claramente que é esse o interesse: debater larga e profundamente a nossa realidade, nesse mundo globalizado do império financeiro. O autor não acredita que um só líder possa representar a salvação.Transfere a responsabilidade de realizar a implantação do Projeto Nacional de Desenvolvimento à liderança que surja de um movimento de opinião organizado, consciente, que emerja para assumir o país, com o projeto vivificado pelo sentimento do país-nação. (Continua na próxima semana)