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De volta aos gramados, Denílson, ex-Arsenal, fala sobre o recomeço no futebol e a vida em Malta

Depois de aproximada­mente um ano e oito meses sem atuar, o meio-campista Denílson, ex-Botafogo, está de volta aos gramados. Longe do glamour de vestir as co­res de clubes como Arsenal, da Inglaterra, e São Paulo, o volante está recomeçando sua carreira em Malta, mais precisamente no Silema Wa­nderers, equipe da primeira divisão do país europeu.

Aos 32 anos, o jogador, que vem sofrendo com pro­blemas físicos há algum tempo, viu sua trajetória no futebol mudar drasticamen­te. Em entrevista exclusiva ao Tribuna, Denílson disse não se importar com o nível do futebol praticado no país e fez questão de agradecer a oportunidade que recebeu para voltar a jogar.

Após passagem frustrante pelo Botafogo, Denílson foi recomeçar em Malta

“O nível do futebol aqui é muito diferente do que eu já joguei. Não tem como com­parar, mas como é Europa, tem muito jogador forte, o jogo tem muito mais contato, mais força física. É um nível bem mais baixo, mas eu não estou levando isso em con­ta. Estou feliz porque o pre­sidente do clube abriu essas portas para mim, me deu a oportunidade de voltar ao mercado. Sou muito grato e vou fazer de tudo para aju­dar o clube a voltar a vencer”, afirmou Denílson.

A última partida oficial do volante havia sido em feve­reiro de 2019, quando ainda defendia as cores do Trico­lor de Ribeirão Preto. Os 15 minutos em campo contra o Red Bull, inclusive, foram os únicos do jogador com a ca­misa do Pantera.

“Eu fiquei cerca de um ano e oito meses sem jogar. Meu último jogo foram os minutos que tive contra o Red Bull ainda no Botafogo. Estou muito feliz em voltar, é claro que ainda falta mui­ta coisa, principalmente em relação ao ritmo de jogo, foi muito tempo parado. É uma sensação maravilhosa, uma das melhores que senti nos últimos anos. Agradeço mui­to todos os profissionais que me ajudaram a voltar”, disse.

Dificuldades no tempo parado

O longo período longe dos gramados fez com que Denílson passasse por algu­mas situações inéditas em sua carreira. Uma delas foi se “afastar” do futebol.

“O mais difícil para mim nesse período em que eu es­tive desempregado, que eu estava morando em Ribeirão Preto, foi sentar para ver jo­gos de futebol, campeonatos estaduais, nacionais, e ver que eu tinha condições e qua­lidade para estar empregado e eu não estava. Isso foi muito difícil pra mim, muitas vezes eu evitava assistir jogos”, re­velou.

“Passei a acompanhar mais os campeonatos euro­peus e ver somente futebol internacional. Premier Lea­gue, o Barcelona, por conta do Messi. Eu via mais os jo­gos de fora do que os jogos daqui, porque isso me fazia muito mal. Esse foi um dos momentos mais difíceis pra mim”, completou.

Depressão no futebol

A doença do século tam­bém está inclusa no meio futebolístico. De forma si­lenciosa, afinal esse tipo de assunto não é tratado aber­tamente no meio esportivo, mas intensa e atrapalhando a carreira de diversos jogado­res profissionais.

Nilmar, Thiago Ribeiro, Cicinho e Ronaldo Fenôme­no são alguns dos atletas que já revelaram ao público ter sofrido de depressão. Deníl­son é mais um desses casos. O jogador contou sobre sua experiência na Inglaterra e reiterou a importância da presença da família nestes momentos.

Passagem de Denílson pelo Botafogo teve apenas 15 minutos em campo

“A depressão e sentimen­tos ruins, eu tive isso. O mais importante, quando você re­cebe uma oportunidade para ir jogar em outro país, é ter as pessoas que você gosta do seu lado. Eu fui para a Inglater­ra, que é um país muito frio, muito depressivo. No começo é mil maravilhas, tudo novi­dade, mas com o passar do tempo, se você não tiver al­guém do seu lado, as coisas podem ficar preocupantes”, contou.

“No futebol as pesso­as pouco se importam com esse lado humano, da saúde mental do atleta. O futebol não é só dentro das quatro linhas, são muitas coisas que estão envolvidas. Se você não tiver com a cabeça boa, difi­cilmente você vai conseguir fazer bem o seu trabalho”, concluiu.

Ainda sozinho em Malta, Denílson contou que acertou os últimos detalhes para ida de sua família para o país e ressal­tou a beleza do lugar, que é re­conhecida mundialmente.

“Malta é uma país mara­vilhoso. Estou aqui está com­pletando três meses. É um lugar muito bom, uma beleza exuberante. A minha família está vindo, eles chegam aqui no meio do mês de novem­bro, eu estava acertando tudo para que eles chegassem aqui com as coisas todas ajustadas. Eles estão vindo para poder desfrutar dessa beleza e tam­bém conhecer outros países próximos”, finalizou.

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