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DDM terá que atender 24 horas

Nesta terça-feira, 4 de abril, o presidente da Repú­blica, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou proje­to que prevê o atendimento ininterrupto das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em todo o país, incluindo do­mingos e feriados. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Acompanhamento
A nova lei também prevê que o poder público forneça acompanhamento psicológico e jurídico à mulher vítima de violência por meio das dele­gacias especializadas, Defen­soria Pública, Sistema Único de Saúde (SUS) e juizados especializados.

Regras
O atendimento às mulhe­res nas delegacias deve ser realizado em salas fechadas e, preferencialmente, por po­liciais do sexo feminino. A regra também vale para os municípios que não possuem DDM. A lei sobre o funcio­namento ininterrupto foi proposta em 2020 pelo sena­dor Rodrigo Cunha (União Brasil-AL).

Foi aprovada no Senado no início de março deste ano. São Paulo foi o primeiro estado do país a contar com uma dele­gacia especializada no atendi­mento de mulheres vítimas de violência física, moral e sexual. A primeira unidade foi criada em 1985.

Alesp
Em 2018, a Assembleia Le­gislativa de São Paulo (Alesp) aprovou projeto de lei que obrigava todas as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) a funcionarem 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados. O PL, entretanto, foi vetado por João Doria (então no PSDB), governador do Es­tado à época.

No estado de São Paulo, apenas onze das 140 Dele­gacias de Defesa da Mulher já funcionam 24 horas. As demais atuam de segunda a sexta-feira. Este é o caso de Ribeirão Preto. Apesar da sanção da lei, haverá um tem­po para que os estados pos­sam adequar o atendimento, segundo a delegada titular da DDM ribeirão-pretana, Pa­trícia de Mariane Buldo.

Manifesto
Um manifesto divulgado nas redes sociais, com cole­ta de assinaturas virtuais da população, cobra do governo de São Paulo a ampliação do horário de funcionamento da Delegacia de Defesa da Mu­lher de Ribeirão Preto, que passaria a atender ininterrup­tamente, 24 horas por dia.

Endereço
Atualmente, a delegacia, na avenida Costábile Romano nº 3.230, no bairro Ribeirânia, Zona Leste da cidade, funciona somente de segunda a sexta­-feira e em horário comercial, das oito às 18 horas. O mani­festo é coordenado pela advo­gada Maria Eugênia Biffi.

Ela é representante regional da Comissão da Mulher da 12ª Subseção da Ordem dos Ad­vogados do Brasil de São Pau­lo, a OAB de Ribeirão Preto. De acordo com o manifesto, até outubro de 2022, cerca de 1.658 inquéritos foram abertos na DDM da cidade, média de cinco agressões por dia.

No mesmo período, a Patru­lha Maria da Penha da Guarda Civil Metropolitana (GCM) re­alizou 155 rondas preventivas e onze prisões de agressores em flagrante, acusados de crimes contra mulheres. “Um municí­pio com mais de 700 mil habi­tantes precisa de um projeto de cidade que garanta a dignidade e os direitos de cidadania das mu­lheres”, diz Maria Eugênia Biffi.

Toda hora
“Ribeirão Preto precisa de uma delegacia que atenda 24 horas, não apenas em horário comercial como acontece hoje em dia”, afirma a advogada no documento. No estado de São Paulo, existem onze Delegacias de Defesa da Mulher 24 horas, sendo sete na capital e outras quatro nas cidades de Campi­nas, Santos, Sorocaba e Barueri.

Até 9 de março, o docu­mento já contabilizava 300 assinaturas. Ele pode ser aces­sado pelo endereço bit.ly/dd­m24ribeirao. Segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segu­rança Pública encomendado ao Instituto Datafolha, um terço das mulheres brasileiras (33,4%) com mais de 16 anos já sofreu violência física e/ou sexual de parceiros ou ex-com­panheiros ao longo da vida.

O número equivale a 21,5 milhões de vítimas e é maior que a média global de casos, 27%, segundo estimativa da Organização Mundial da Saú­de (OMS). Ainda segundo a pesquisa, houve crescimento de todas as formas de violência contra mulher no último ano no país, como espancamento (5,4% dos casos) e ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%). Foram mais de 18 milhões de mulheres vítimas de violência no último ano. São mais de 50 mil vítimas por dia, um estádio de futebol lotado.

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