Tribuna Ribeirão
Política

Datena perde a chance de disputar a prefeitura

Na manhã desta terça-feira, 30 de junho, o jornalista ribei­rão-pretano José Luiz Datena deu “bom dia” aos seus ouvin­tes na Rádio Bandeirantes de São Paulo e com essa atitude parece ter desistido oficial­mente de concorrer nas elei­ções municipais deste ano.

Isso porque, caso quisesse disputar o cargo de prefeito ou de vice-prefeito de São Pau­lo, como chegou a cogitar, ele teria de encerrar suas ativida­des no rádio e na televisão até ontem, prazo final estipulado pelas atuais regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Date­na filiou-se no começo do ano ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

A única chance de poder se candidatar é se a Câmara dos Deputados aprovar a Proposta de Emenda Constitucional – que já passou no Senado – que adia as eleições por causa da pandemia, alterando os prazos de desincompatibilização dos pré-candidatos. No caso dos apresentadores de rádio e TV, eles devem deixar seus progra­mas no prazo máximo de três meses antes do dia da eleição.

Em Ribeirão Preto, para não correr esse risco, oito polí­ticos radialistas deixaram seus programas na segunda-feira (29). Os vereadores Orlando Pesoti (PDT) Lincoln Fer­nandes (PDT), Igor Oliveira (MDB), Marinho Sampaio (MDB), Jean Corauci (PSB), Rodrigo Simões (PSDB) e Alessandro Maraca (MDB) não estão mais no ar.

O deputado federal Ri­cardo Silva (PSB-SP), cotado para disputar a eleição para prefeito, também saiu do ar no rádio e na TV, embora não confirme sua candidatu­ra. Até pouco antes de entrar no ar, Datena dizia ainda es­tar em dúvida. No entanto, ele já tinha avisado ao MDB que a tendência era não se lançar candidato neste ano, alegando a dificuldade de fazer campanha em meio à pandemia do coronavírus.

“O projeto inicial sempre foi Senado 2022. Datena é e sempre será um nome forte em São Paulo”, disse o também ribeirão-pretano Baleia Rossi, presidente nacional do MDB. Uma das possibilidades era o apresentador concorrer como vice na chapa do atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).

Com um histórico de de­sistências na corrida eleitoral, o jornalista, ao se filiar ao MDB em 4 de março, disse que tudo indicaria que sai­ria candidato. “Dessa vez, eu acho que vou mesmo (sair candidato), difícil não ir, por­que senti que tenho condição de colaborar”, afirmou.

Em fevereiro, Datena já ti­nha admitido em entrevista ao jornal que poderia ser vice de Covas e, na ocasião, marcou posição tentando se distanciar do presidente Jair Bolsonaro, que o queria como candidato em São Paulo. “Eu já tive um contato com ele (Bolsonaro) dizendo que ele está comple­tamente liberado de me apoiar. Ele pode apoiar outra pessoa. Ele está liberado disso”, afir­mou na época.

Em abril, Datena admitiu pela primeira vez que poderia não participar das eleições, diante das mortes e da crise econômica causada pela pan­demia do novo coronavírus. “Não é minha prioridade, es­tou vendo tanta gente morrer, tanta gente passando fome, que não é minha prioridade. Estou vendo que meu papel como jornalista está sendo importante para ajudar as pes­soas. Eu não sei se seria o mo­mento de parar agora”, disse o apresentador na ocasião.

O Tribuna apurou que o MDB de Ribeirão Preto consi­dera Datena como um grande aliado na eleição para o Pa­lácio Rio Branco, apoiando e vendendo publicamente o can­didato da legenda. O pré-can­didato da sigla na cidade é o juiz aposentado João Agnaldo Donizeti Gandini.

Certo ou não, o fato é que, em março, quando estouraram as denúncias de supostas irre­gularidades na locação de qua­tro ambulâncias pela prefeitura de Ribeirão Preto, Datena fez um comentário crítico ao atu­al governo sobre o assunto, em seu programa de televisão. As possíveis irregularidades estão sendo investigadas pelo Minis­tério Público Federal (MPF) e por uma Comissão Parla­mentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores. A pre­feitura sempre negou irregula­ridades na locação.

Na época, ele indicou que poderia adiar a entrada na vida política para concorrer ao Sena­do em 2022, que era sua preten­são inicial ao se filiar ao MDB. “Hoje não me faria falta a elei­ção. Sei lá, talvez eu aguarde para mais tarde para o Senado, o que eu sempre quis”, afirmou.

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