Tribuna Ribeirão
Política

Dárcy Vera – Justiça pede urgência em avaliação médica

O juiz Lúcio Alberto Ene­as da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, responsável pelas ações penais da Operação Sevandija, deter­minou nesta segunda-feira, 3 de setembro, que a ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) seja submetida à avaliação de um médico da Secretaria de Esta­do da Administração Peniten­ciária de São Paulo (SAP).

O laudo vai apontar a gravi­dade de uma infecção urinária que, segundo a defesa, é persis­tente aos tratamentos ministra­dos na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no Vale do Pa­raíba, onde ela está presa desde 19 de maio do ano passado. A advogada Maria Cláudia Seixas pede que a prisão preventiva de Dárcy Vera seja transformada em domiciliar.

Alega que o quadro clínico da ex-prefeita, que tem pro­blemas renais e já foi interna­da duas vezes, um em estado grave no ano de 2013, quando participava de um evento em Brasília, tem apresentado pio­ra e que há risco de morte. Em prisão domiciliar, Dárcy Vera poderia ser melhor assistida pelo plano de saúde.

Em sua decisão, o magis­trado acolhe a sugestão do Ministério Público Estadual (MPE) para que Dárcy Vera seja submetida à avaliação mé­dica pela SAP e pede urgência no procedimento ao diretor da penitenciária. O documento deve determinar “se a perma­nência no cárcere pode impe­dir ou dificultar o tratamento necessário para combater a referida doença”. Ou seja, os promotores do Grupo de Atu­ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que forma a força-tarefa da Se­vandija com a Polícia Federal, querem saber se ela pode ser tratada atrás das grades.

No dia 24 de agosto, Dárcy Vera escreveu uma carta à defesa solicitando ao Ministério Públi­co o tratamento hospitalar para controlar a doença. Ela lembra que passou por problema seme­lhante em 2013, quando ficou internada em Unidade de Tera­pia Intensiva por onze dias.

A Justiça também autorizou ainda que Dárcy Vera venda um veículo em nome dela, que foi bloqueado na Operação Sevan­dija. O carro será levado para a casa da irmã da ex-prefeita e vai passar por avaliação. O valor ar­recadado com a venda será de­positado em conta judicial. Em caso de condenação, o dinheiro volta para o município.

A ex-prefeita é ré na ação pe­nal dos honorários advocatícios – acordo dos 28,35%, de perdas salariais dos servidores na dé­cada de 1990 (Plano Collor) –e responde por corrupção passiva, organização criminosa e pecu­lato, crime em que o agente pú­blico se beneficia do cargo que exerce. A defesa dela já entrou com 27 recursos em todas as es­feras judiciais e teve todos os pe­didos negados – na 4ª Vara, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tri­bunal Federal (STF).

Ela foi denunciada em acor­do de delação premiada do presidente destituído do Sindi­cato dos Servidores Municipais (SSM/RP), Wagner Rodrigues, que em depoimento aos pro­motores do Gaeco disse que a ex-chefe do Executivo ribeirão -pretano recebeu propina de R$ 7 milhões da ex-advogada do sindicato, Maria Zuely Alves Librandi. Ambas estão presas e negam as acusações.

Dárcy Vera é acusada de liderar um desvio de R$ 45 mi­lhões nos cofres públicos, em uma das três frentes de investi­gação da Operação Sevandija. Foi presa pela primeira vez em dezembro de 2016 na segunda fase da Operação Sevandija, batizada de Mamãe Noel, que identificou fraudes em licita­ções até então avaliadas em R$ 203 milhões na prefeitura de Ribeirão Pretp, além de pa­gamento indevido de honorá­rios advocatícios e esquema de corrupção envolvendo nove ex-vereadores.

Nove dias após ser presa, a ex-prefeita obteve a liberdade provisória em caráter liminar, concedida pelo ministro do STJ Sebastião Reis Júnior. Em maio de 2017, o ministro Rogério Schietti Cruz, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, relator dos processos da Opera­ção Sevandija em Brasília, cas­sou a liminar que a mantinha em liberdade.

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