Tribuna Ribeirão
Política

Dárcy Vera é acusada de receber R$ 1,5 mi

ALFREDO RISK

O empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera Construções e Empreendimen­tos, também deixou no celular­-bomba indícios do pagamento de propina a ex-prefeita Dárcy Vera, presa em Tremembé, no valor de R$ 1,5 milhão, referen­te ao contrato da coleta de lixo. A afirmação consta no laudo da perícia feita no aparelho en­contrado no apartamento do suicida, no dia da morte dele, em novembro do ano passado, pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Federal (PF).

Dárcy Vera está presa desde 19 de maio deste ano por acu­sações de chefiar um esquema criminoso na Prefeitura de Ri­beirão Preto que teria desviado R$ 45 milhões – referente à ação penal dos honorários advocatí­cios do Plano Collor (acordo dos 28,35%). A perícia feita pela PF no celular de Plastino localizou um documento que cita a ex­-prefeita como controladora das contratações feitas pela At­mosphera para atuar em cargos terceirizados pela Companhia de Desenvolvimento Econômi­co de Ribeirão Preto (Coderp). Ela teria passado a determinar quem ocuparia as vagas, após perceber o aumento do volume de contratos, que passou de R$ 5 para R$ 20 milhões.

O documento também cita que Dárcy Vera recebeu R$ 1,5 milhão no contrato da coleta de lixo, e que vereadores tam­bém receberam a parte deles, R$ 80 mil cada. Os nomes dos parlamentares, no entanto, não foram listados. Em 2013, quando estava em seu segundo mandato, então filiada ao PSD, a chefe do Executivo firmou dois contratos com a empresa Leão Ambiental, um de R$ 54 milhões e outro de R$ 13 milhões por um ano de acordo. Em setembro de 2013, a Leão Ambiental foi com­prada pela Estre Ambiental.

A advogada de Dárcy Vera, Maria Cláudia Seixas, sempre disse que sua cliente é inocen­te e vai provar que não partici­piou de nenhum esquema cri­minoso. A assessoria da Estre Ambiental informa que a em­presa desconhece o assunto referente ao contrato executa­do anteriormente à compra da Leão Ambiental.

Nove pessoas estão presas em Tremembé por causa da Operação Sevandija. Além de Dárcy Vera e do ex-presidente da Câmara, Walter Gomes (PTB), também estão detidos os ex­-advogados do Sindicato dos Servidores Municipais (SSM/RP), Sandro Rovani e Maria Zue­ly Alves Librandi, os ex-supe­rintendentes da Coderp, Marco Antonio dos Santos (também ex-secretário da Administração e ex-chefe do Departamento de Água e Esgoto, Darep) e Davi Mansur Cury, os ex-secretários Layr Luchesi Júnior (Casa Civil) e Ângelo Invernizzi Lopes (Edu­cação) e a ex-funcionária da Coderp, Maria Lúcia Pandolfo. Todos negam envolvimento em atos ilícitos.

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