O Daerp está iniciando um novo sistema de leitura, impressão e entrega simultânea da conta de água. O projeto piloto começou pelo Jardim Recreio, Jardim Itaú e Itaú Mirim, mas já seguiu para o residencial Liliana Tenuto Rossi, Monte Carlo e segue agora para o Parque dos Sabiás e Léo Gomes de Morais. O novo sistema está recebendo investimentos de R$ 1,03 milhão e está sendo feito graças a implantação do Gsan (Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saneamento) que modernizou o sistema de leitura.
“A implantação da leitura e impressão simultânea foi um marco para o Daerp. É um símbolo do trabalho de modernização implantado na autarquia nestes quatro anos”, diz o superintendente do Daerp, Afonso Reis Duarte. Um dos primeiros usuários a receber a sua conta após a leitura foi o diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP de Ribeirão Preto, André Luciton Costa que é morador no Jardim Recreio e recebeu a conta junto com a esposa Regiamar Costa.
A implantação da leitura, impressão e entrega simultânea da conta de água representa um dos avanços conquistados nos últimos quatro anos no Daerp. Ao assumir a autarquia em janeiro de 2017, a diretoria encontrou um déficit financeiro de R$ 42,4 milhões. Além do problema financeiro, havia muito o que fazer para melhorar a gestão e a prestação de serviço.
“Tirar o Daerp da idade da pedra, montar uma diretoria e uma equipe competente e comprometidas com os avanços, foram passos acertados para alcançarmos a era digital na linguagem web e em tempo real, assim como recuperar a credibilidade e a capacidade de investimentos foram conquistas grandiosas nestes quatro anos”, afirma Afonso.
As primeiras decisões foram difíceis, mas necessárias, como a redução de 67% das 544 mil horas extras e plantões realizadas em 2016 para 168 mil horas em 2020; a suspensão de gratificações sem previsão legal; a suspensão do banco de horas; a implantação do ponto digital e biometria; suspensão do meio período quando do recebimento de salários; implantação do cartão combustível e gestão da frota por GPS; implantação do eSocial, etc.
No setor de esgotos, juntamente com a Prefeitura e a Ambient, estão sendo concluídas as obras de implantação de 97,2 quilômetros de interceptores e coletores de esgoto. São 40 obras que vão permitir a universalização do saneamento básico da cidade. Além destas, o Daerp realizou uma série de obras de extensão de redes de esgoto e de ligações onde o serviço não era oferecido, com recursos próprios e repasses do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). Depois de 12 anos sem destinar recursos a Ribeirão Preto, o Fehidro aprovou três projetos apresentados em 2019 e 2020.
Redução de perdas
No abastecimento de água, foi iniciado em 2018 o Programa de Gestão, Controle e Redução de Perdas e Eficiência Energética, com o objetivo de reduzir em 50% as perdas totais de água. Já foram substituídos mais de 100 mil hidrômetros, para reduzir a submedição, estão sendo substituídos 46,6 quilômetros de redes em quatro bairros e estão em fase de conclusão cinco novos reservatórios nos bairros Ribeirânia (dois), Heitor Rigon (dois) e Parque São Sebastião. Em 2016 as perdas totais eram de 62,8% e estão em cerca de 50% em 2020.
As obras do programa serão intensificadas em 2021 com a criação de 56 setores de abastecimento, construção de 17 reservatórios, perfuração de um poço e recuperação de outros nove, implantação de 65 quilômetros de adutoras e 560 válvulas redutoras de pressão. A implantação de adutoras e válvulas já foram contratadas. Também já foi contratado um consórcio que irá fazer a busca e o reparo de vazamentos não visíveis.
O programa de redução de perdas ainda terá empresa de caça-fraudes e automação do sistema. Com a distribuição setorizada, o abastecimento será invertido. Hoje cerca de 70% da água captada segue direto do poço para os pontos de consumo, com alta pressão, o que provoca vazamentos. Com o novo sistema, toda a água captada irá do poço para os reservatórios e destes para a distribuição por gravidade.
Frota e call center
Depois de mais de dez anos, o Daerp implantou o maior programa de renovação e ampliação da frota de veículos de sua história, com aquisição de caminhões, retroescavadeiras, motos, minivans, carros e picapes. Foram 94 novos veículos, com investimento de R$ 8,8 milhões com recursos próprios. Medidas de gestão como o Cartão Combustível, a gestão da frota por GPS e manutenções preventivas, deram maior eficiência ao setor de transporte e à realização de serviços.
Em fevereiro de 2019, o Daerp implantou o Novo 115, que passou de 4 atendentes de segunda a sexta-feira das 7 às 19 horas, para 17 atendentes das 7 às 21 horas em todos os dias da semana, com prazo de até 45 segundos para atendimento do usuário. De maio a dezembro de 2019 foram 205.796 chamadas atendidas. Em 2020 a média mensal de chamadas atendidas está em torno de 21.000. Desde então, cessaram as reclamações do call center. Para 2021 está prevista a instalação do 0800, com atendimento 24 horas por dia.
Contas equilibradas
Apesar da elevada inadimplência e queda de arrecadação provocadas pela pandemia em 2020, as contas do Daerp estão em dia. Após o déficit financeiro de 2016, de R$ 42,4 milhões (recursos próprios), vieram superávits significativos. Em 2017 com R$ 29,2 milhões, em 2018, R$ 37,7 milhões, em 2019, R$ 34,4 milhões. Em 2020 a previsão é deixar saldo de caixa de R$ 83 milhões, com restos a pagar de R$ 43 milhões, um saldo disponível de R$ 40 milhões. Com recursos vinculados, a disponibilidade total ficará próxima de R$ 76 milhões.
Sevandija
Como resultado da Operação Sevandija, o Daerp tomou uma série de medidas para estancar prejuízos e reaver o que foi desviado. O contrato com a Aegea não foi renovado e foi instaurado um processo judicial contra a empresa e seus diretores, que culminou com um acordo de leniência em outubro deste ano, inédito e favorável ao Daerp que, juntamente com o Gaeco, a Prefeitura Municipal e outros atores, chegou-se ao montante de ressarcimento de mais de R$ 70 milhões, com R$ 40,2 milhões depositados em novembro.
Novo software
Uma das principais medidas administrativas de gestão foi a substituição de um software adaptado da Secretaria da Fazenda, da década de 1980, por um sistema genuíno de saneamento, o GSAN, permitindo sair do Cobol para o sistema interativo WEB. Isto possibilitou avanços significativos em todas as áreas, desde o operacional até o atendimento, com acesso e serviços online, nome do usuário na conta e o início da leitura, impressão e entrega simultânea da conta.
O novo sistema também permitiu a emissão de ordens de serviço online. Em campo os servidores recebem as ordens a serem executadas. Eles também inserem informações sobre a realização dos serviços, incluindo imagens do trabalho realizado.