João Camargo
Uma pesquisa que entrevistou potenciais alunos que tenham interesse de início em cursos de graduação presencial ou EaD nos próximos 18 meses, em Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, mostrou que a área mais escolhida é a da saúde.
O estudo foi feito pela EducaInsight que o realizou de forma recorrente, analisando os impactos conforme a evolução da pandemia no Brasil a cada mês. Entre os potenciais alunos entrevistados, havia homens e mulher de 17 a 50 anos.
Como resultado, a pesquisa mostrou que entre os 15 principais cursos presenciais escolhidos, seis são da área da saúde. O que equivale à 36,1% das escolhas. Entre eles, estão Enfermagem, Psicologia, Educação Física, Biomedicina, Fisioterapia e Nutrição.
Em relação aos cursos à distância, quatro estão entre os 15 principais. O que equivale à 17,5% das escolhas. Dentre os escolhidos, há Enfermagem, Nutrição, Educação Física e Biomedicina.
De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Barão de Mauá, Tania Cancian, um dos fatores que proporcionou o aumento na procura pelos cursos da área da saúde é a oferta de empregos no mercado de trabalho.
“A pandemia, de alguma forma, mostrou a importância dos profissionais da saúde. Não que outros profissionais não sejam importantes. Mas tudo que envolve a vida diretamente passa por um olhar diferente”, comentou.
A Enfermagem, principal foco dos potenciais alunos e área em que mais se tem pessoas da linha de frente no combate à pandemia, é uma das profissões mais antigas. Ainda segundo Tania, o reconhecimento dessa profissão como liberal e autônoma só veio há cerca de algumas décadas.
Para ela, não restam dúvidas de que o fato de os enfermeiros ou enfermeiras estarem na linha de frente no cuidado com a covid-19 estimulou as pessoas a buscarem por essa profissão.
“Ficamos muito em evidência e, de alguma forma, os ganhos aumentaram. O reconhecimento geral da profissão fez com que as pessoas ficassem atraídas pela enfermagem. Posso dizer que o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros organismos internacionais e nacionais facilitaram muito a procura da Enfermagem”, concluiu Tania.
Quem também corrobora com esta opinião, é a farmacêutica Monica Maruno. De acordo com ela, a escolha pela área da saúde está muito ligada à vontade de ajudar o próximo. Agora, com a pandemia, Monica acredita que esse sentimento foi acentuado.
“Outro ponto importante é a empregabilidade, pois os cursos na área da saúde sempre estarão em alta devido à essa demanda contínua de trabalho”, disse.