Na semana passada, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) visitou a nova sede do Museu da Imagem e do Som José da Silva Bueno (MIS), instalado no prédio histórico da Casa de Câmara e Cadeia, próximo ao Palácio do Rio Branco. O imóvel fica na rua Cerqueira César nº 371, no Centro de Ribeirão Preto, onde funcionava o Protocolo Geral, mas foi designado como sede do MIS, requalificado e recebeu o acervo do museu.
A secretária da Cultura, Isabella Pessotti, o diretor de Atividades Culturais, José Venâncio Júnior, e o chefe de seção do MIS, Renato Caetano da Silva, guiaram a visita ao patrimônio tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (Conppac). Eles visitaram sala de exposições, biblioteca de apoio, sala do educativo, sala de pesquisa, reservas técnicas e laboratório. O imóvel recebeu requalificação com projeto acompanhado e aprovado pelo órgão.
Manteve suas características arquitetônicas e possibilitando adequações para garantir a acessibilidade ao público. “O acervo do Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto estava há 15 anos salvaguardado na Casa da Cultura, no Mosteiro de São Bento, sem nenhuma utilidade do ponto de vista de exposição e, ao mesmo tempo, sofrendo com as intempéries. Agora, de casa própria, local definido e preparado para isso, para que a população de Ribeirão Preto nas próximas semanas, ou daqui a alguns meses, possa ter acesso a este acervo tão importante para a história da nossa cidade”, disse Duarte Nogueira.
O chefe do MIS explica que peças estão sendo separadas e higienizadas para a primeira exposição do museu na nova sede. “Esta exposição falará sobre a história do cinema. As peças tridimensionais, como os projetores, as fotos e os pôsteres passarão por uma curadoria especializada para apresentação ao público. Uma das peças mais antigas do museu é um projetor datado de 1920”, complementa Renato Caetano.
O acervo do MIS está sendo catalogado e higienizado pela equipe da Secretaria Municipal da Cultura e como o próprio prefeito diz, ainda não há data definida para inauguração. Além da reserva técnica de peças que contam a história de Ribeirão Preto através da comunicação, o local promoverá exposições e atividades de educação patrimonial para escolas e público em geral. “A ideia é que façamos um roteiro de visitação do patrimônio histórico e cultural de Ribeirão Preto”, explica José Venâncio.
“Temos neste grande quadrilátero o MIS, o Marp (Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi), o Arquivo Público e Histórico, a Biblioteca Sinhá Junqueira, o Centro Cultural Palace e o Theatro Pedro II. Futuramente, o Palácio do Rio Branco também integrará este circuito. As escolas poderão visitar estes prédios e conhecer mais sobre a história da cidade, além também de aprender sobre as praças Carlos Gomes e XV de Novembro, patrimônios tombados da cidade e do Estado de São Paulo”, diz.
“A equipe da Secretaria da Cultura tem trabalhado com muita dedicação para devolver o MIS aos ribeirão-pretanos. A designação da Casa de Câmara e Cadeia foi um consenso e, além de valorizar este prédio histórico, possibilita que o MIS componha um roteiro de visitação que proporciona o reconhecimento da identidade, história e memória de nossa cidade”, enfatiza Isabella Pessotti.
A decisão de transferir o MIS para a antiga sede do Protocolo Geral foi anunciada em 13 de setembro do ano passado, quando a prefeitura de Ribeirão Preto publicou edital de chamamento no Diário Oficial do Município (DOM) com o objetivo de reformar o imóvel. Outras locais já haviam sido propostos para sediar o MIS.
O ideal, segundo disseram agentes do setor cultural em uma Comissão Especial de Estudos da Câmara, seria o Lar Santana, que também poderia abrigar o Arquivo Público e Histórico. Os especialistas entendem que os dois acervos têm muito em comum. Porém, a prefeitura pretendia levar o MIS um imóvel na avenida Doutor Francisco Junqueira nº 942/958, foi permutado, em 2016.
Porém, a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública informou à época que estudos feitos pela administração constataram a inviabilidade da transferência do MIS por uma série de motivos, entre eles a falta de acessibilidade (fica no segundo andar e não tem elevador) e a inexistência de vagas de estacionamento nas vias próximas, o que dificultaria a visitação do por parte de grupos de estudantes – não tem como estacionar ônibus na sempre movimentada avenida Francisco Junqueira.