No meu dia a dia, entre os trabalhos que eu realizo junto aos clientes, nos programas de coaching, treinamentos e também nas salas de aula nos cursos de MBA, percebo que as pessoas estão ficando cada vez mais especialistas em apontar para fora quando o objetivo é encontrar a responsabilidade pelos fracassos.
Há quem diga que não conseguiu conduzir o projeto porque o chefe demorou para dar algumas respostas;outro afirma que a outra área da empresa não ajuda e trava o fluxo das informações. Uma tática habitual é transferir o problema para a família e ou dizer que o núcleo familiar não permite mudanças. É muito comum também quem garanta que não conseguiu empreender porque a situação econômica ou política do país é muito instável.
Além dessas desculpas, também ouço com frequência que a legislação mais atrapalha do que ajuda e a pessoa acaba desanimando. O ponto é que razões não faltam para justificar as frustrações e a falta de iniciativa para tocar em frente os próprios sonhos.
Na contramão das oportunidades,vejo pessoas se esquecendo das próprias responsabilidades, com a justificativa de que fatores externos atrapalham. E de fato podem estar atrapalhando mesmo. É assim com todo mundo.
Sempre teremos fatores externos que não estão sob o nosso controle, interferindo (positiva ou negativamente) nas nossas vidas e nas nossas carreiras. Mas é importante observarmos que, enquanto temos vários fatores alheios ao nosso controle, interferindo nas nossas atividades, temos outros tantos que estão nas nossas mãos.
Mas o que estamos fazendo, de verdade, dentro do nosso raio de ação, para seguirmos em direção dos nossos objetivos? Será que, mesmo com o chefe atrapalhando um pouco,não seria possível fazer melhor do que está sendo feito?Mesmo com as dificuldades apresentadas na família, o indivíduo não poderia dar passos mais robustos na carreira?
Considerando que o mercado não está mesmo fácil, será que estamos explorando efetivamente nosso repertório, na busca de ações mais focadas na mudança do status atual?
Quanto mais entendermos que o nosso futuro, em boa parte, está em nossas mãos, seremos mais donos de nossas iniciativas e dos resultados a serem alcançados.
Por outro lado, caso a pessoa siga sempre apontando o dedo para o que está fora de si, o sentimento de impotência acaba predominando e o indivíduo não sai do lugar.Nesta fase do ano, é um bom momento para fazermos uma reflexão mais criteriosa de nossas atitudes e tomarmos consciência de até onde vão nossas limitações.