A palavra diabetes é interessante: pode ser no masculino, no feminino, no singular ou no plural. O significado é o mesmo. Mas o que significa diabetes? É o nome de uma doença que acomete o corpo inteiro e assim, nós dizemos que ela é uma doença sistêmica. Ela se caracteriza por apresentar taxas elevadas de açúcar no sangue.
Mas, por que isso acontece? Isso acontece por que, para haver um controle da quantidade de açúcar no sangue, o pâncreas tem que produzir uma quantidade adequada de um hormônio chamado insulina. E o corpo humano precisa ter a capacidade de agir adequadamente e fazer a insulina exercer o seu papel. Quando isso não acontece, nós dizemos que existe uma resistência à insulina.
O número de pessoas portadoras de diabetes no mundo é assustador. E o que é pior: está aumentando tanto no mundo quanto no Brasil. E como o diabetes é, em si, uma doença grave, se não for controlada tanto do ponto de vista preventivo como curativo. No entanto, o diabetes é uma doença relativamente fácil de ser controlada, mas ela precisa ser entendida em suas diversas facetas, tanto pela pessoa portadora da doença como por seus familiares e inclusive seus amigos.
Existem dois tipos de diabetes que são bem diferentes tanto em sua origem como em suas modalidades de tratamento. Um deles é chamado diabetes tipo 1, que é aquele que acomete as crianças, os adolescentes e os adultos jovens. Nesse tipo de diabetes o pâncreas para de produzir insulina. E como não existe vida sem insulina, antes da descoberta da insulina artificial todas as pessoas morriam de diabetes tipo 1.
Mas isso é coisa de um passado distante. Há exatos 100 anos dois cientistas descobriram a insulina artificial e pronto: uma nova era se estabeleceu no tratamento do diabetes tipo 1 e os portadores desse tipo de diabetes não morreram mais. Já no diabetes tipo 2 o pâncreas produz insulina, mas não em quantidade suficiente para atender às necessidades do organismo.
O diabetes tipo 1 corresponde a 5 a 10% dos diabéticos e os restantes 90% são diabéticos tipo 2. Além desses dois tipos fundamentais de diabetes, existe ainda o diabetes que ocorre nas grávidas, sendo que após o parto elas podem continuar diabéticas ou não. Há ainda o diabetes causado por algumas doenças que atacam o pâncreas e finalmente há o diabetes causado por certos remédios também. Esses tipos de diabetes uma vez eliminadas as causas, a doença fica solucionada.
Há uma questão que precisa ficar clara, é que: tanto diabetes tipo 1 quanto o 2, uma vez diagnosticados, elas não têm cura, mas têm tratamento muito eficaz e a pessoa consegue ter uma vida totalmente normal. E cabe ao médico que fez o diagnóstico explicar com tranquilidade ao paciente e aos seus familiares, tudo que precisa ser feito e a pessoa portadora da doença seguindo as instruções médicas, esquece: ela vai ter uma vida totalmente normal.
Atenção especial deve ter o médico bem como a equipe de saúde ao explicar para as crianças e adolescentes, que elas não são diferentes e sim normais, iguais às outras crianças, mas que elas necessitam de cuidados especiais, pois precisam receber injeções de insulina para o corpo continuar funcionando normalmente.
O acompanhamento dos pacientes com diabetes tanto 1 como 2, deve de preferência ser feito por um médico especialista em diabetes e que é o endocrinologista ou na falta dele, por um médico clínico geral experiente. No caso do diabetes tipo 2, devido às complicações dessa doença em relação ao aparelho cardiovascular, eles precisam também de um médico cardiologista. O diabetes é uma doença que afeta todos os órgãos e sistemas do corpo trazendo a necessidade de uma vigilância atenta.
As estatísticas são claras: o número de portadores de diabetes no mundo mostra que de cada 11 pessoas, uma é diabética. E uma situação de extrema gravidade divulgada recentemente mostra que a cada 6 segundos uma pessoa morre de diabetes no mundo. O Brasil com sua tradicional dificuldade de estatísticas confiáveis, sugere que temos 14,3 milhões de diabéticos. (Continua na próxima semana)