O Cristo Redentor, declarado em 2007, após votação popular pela internet, uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, completa 90 anos nesta terça-feira, 12 de outubro, feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida– Padroeira do Brasil, depois de ser restaurado para as comemorações.
O Cristo Redentor é um monumento em estilo art déco, com seus 38 metros de altura equivalente a um prédio de 13 andares, localizado no Monte Corcovado, a 710 metros acima do nível do mar e com visão ampla para várias regiões do Rio de Janeiro.
De acordo com a assessoria do Cristo Redentor, a primeira expedição ao cume do Corcovado foi comandada por Dom Pedro II, em 1824. Ele pretendia estabelecer um ponto de observação da costa e tudo foi registrado pelas telas do pintor francês Jean-Baptiste Debret.
O local acabou se tornando destino de lazer para cariocas e turistas e após o aumento das visitas, Dom Pedro II decidiu construir uma estrada de ferro, que foi a primeira exclusivamente turística do Brasil. Em 1884, o Imperador deu o sinal de partida e a estrada de ferro entre o Cosme Velho e as Paineiras fez a sua primeira viagem.
A ideia de construir ali um monumento religioso surgiu com o padre Pierre-Marie Bos. Ele chegou em missão ao Brasil em 1859, assumindo o cargo de capelão do Colégio Imperial, onde hoje é a Igreja da Imaculada Conceição, em Botafogo, e de onde se tem a visão mais imponente do Corcovado.
Para o reitor do Santuário do Cristo Redentor, padre Omar, o Cristo é mais do que um lugar de turismo. “A história do Cristo Redentor mostra que o significado da existência do monumento vai muito além do turismo. Ele é um Santuário, um local sagrado que recebe peregrinos do mundo inteiro, que desde a construção, transformou-se num símbolo nacional de fé e esperança”.
O projeto de restauração foi criado com base em estudos, levantamentos e pesquisas realizados pela empresa Cone Sul desde 2016 para a realização do trabalho de conservação preventiva e de tratamento de danos no monumento. A intenção era evitar a perda da materialidade e da forma original da escultura, além de prevenir o risco de acidentes.
O projeto seguiu as exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR) e contou com uma equipe multidisciplinar com cerca de 40 profissionais, entre engenheiros estruturais, elétricos, de segurança, geólogos, arquitetos, mestres, técnicos em escaneamento 3D, alpinistas, pedreiros e escultores.
A tecnologia da fotogrametria aérea e terrestre foi usada para o levantamento cadastral. Com isso, milhares de fotografias foram tiradas por drones equipados com câmera de alta resolução. As imagens foram interpretadas em processo específico para obter informações confiáveis sobre a composição das faces do monumento.