A relação entre o empresário Adalberto Baptista, sócio da Botafogo S/A, e o Botafogo Futebol Clube está mais uma vez estremecida. Após a renúncia de Dmitri Abreu a presidência do clube, as negociações para a melhora do contrato de formatação da S/A estão emperradas.
Na carta em que anunciou sua saída do cargo, Abreu alegou que decidiu renunciar após receber a informação de que Carlo Felippini, diretor financeiro do BFC, entregaria o cargo.
“No início da tarde, logo após receber a carta de renúncia de meu irmão Carlo Felippini, pessoa que muito admiro e respeito, percebi que não tenho condições de continuar nessa negociação”, disse na carta.
Dmitri também afirmou que a minuta que seria votada pelo conselho, acordada anteriormente em reunião com os representantes da Trexx, foi modificada sem o consenso do Conselho do Botafogo.
“No dia 26/12/2019, essa Minuta retornou, mas com muitas alterações que não foram discutidas em reunião e, por não termos tempo hábil para discutir os pontos que foram unilateralmente alterados pela empresa sócia, requeremos por Ofício que a assembleia do Conselho rejeitasse a Minuta alterada”, reiterou.
No dia seguinte, Adalberto Baptista respondeu através de nota e afirmou que, de fato, a minuta estava modificada, mas porque o documento enviado pelo Botafogo estava sem as regulamentações necessárias.
“Infelizmente, quando recebi a minuta do acordo, inúmeros pontos estavam sem as necessárias regulamentações, valores de contingências em duplicidade (apontados como passivos já judicializados e, igualmente, em contingenciamento futuro que apontavam discrepância de cerca de R$ 9 milhões), planilhas de passivos incompletas e, ainda, com condicionantes anteriormente inexistentes”, apontou Baptista.
Ação contra a S/A
Um grupo de conselheiros do Botafogo entrou com uma ação para interromper a parceria entre o clube e a Trexx, sócia da BFSA e capitaneada pelo empresário Adalberto Baptista.
Liderados pelo ex-mandatário do Conselho Deliberativo do Pantera, Alfredo Cristovão, e os ex-presidentes do clube Rogério Barizza e Miguel Mauad, o grupo pede a interrupção do contrato e o pagamento de uma indenização no valor de R$ 5 milhões a Baptista.
Atual presidente do Conselho, José Hermenegildo, negou que o órgão tenha participado da ação e reiterou que o Conselho trabalha para um entendimento entre as partes. Vale lembrar, que, Miguel Mauad e Rogério Barizza faziam parte do Conselho de Administração da S/A e assinaram todos os contratos de formatação da empresa em nome do BFC.