Em entrevista coletiva à imprensa no início da noite desta sexta-feira (22), o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que a entrega de alimentos e medicamentos à Venezuela está mantida para amanhã e “tem caráter apenas de ajuda humanitária”.
Segundo o porta-voz, o Brasil, neste momento, não vai se envolver com a política do país vizinho.
Ontem, ao menos duas pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas durante confrontos com forças de segurança venezuelanas na fronteira com o Brasil.
Rêgo Barros informou que “a operação [para envio de alimentos e remédios] se estenderá por mais alguns dias, sem previsão de término”.
Um caminhão venezuelano carregado de mantimentos já está em Boa Vista, a 180 km de Paracaima, e outros quatro veículos estão a caminho. A intenção é que amanhã eles sigam rumo a Pacaraima e, daí, para o país vizinho. Ao todo, 200 toneladas de alimentos básicos, como açúcar, sal, café, arroz e feijão, além de kits de primeiros-socorros aguardam o transporte.
O plano do governo brasileiro prevê que caminhões e motoristas venezuelanos venham até o lado brasileiro para buscar as doações, e nenhum brasileiro integrante da missão entrará em território venezuelano.
A fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela está fechada, no entanto, desde quarta-feira à noite por ordem do ditador Nicolás Maduro e teve o efetivo militar reforçado nos últimos dias. O objetivo do ditador é evitar a entrada da ajuda humanitária, alegando que os Estados Unidos e os países aliados querem dar um golpe e tirá-lo do poder.