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Cresce a procura pelo turismo nas montanhas

A crise provocada pela pandemia da covid-19 afetou diversos setores. Um dos mais impactados no início foi o de Turismo, com fechamento de hotéis, bares, restaurantes, cancelamentos de viagens e pacotes turísticos, além do isolamento social. No segun­do semestre alguns segmentos turísticos começaram uma retomada, diante de cuidados e regras pré-estabelecidas por autoridades sanitárias e de saúde do País. Um deles foi o Turismo de Montanha, que desde setembro vem crescen­do mês a mês.

Valdeir Nunes, o China, presidente do Montanhas Con­vention Bureau e do China Park – complexo turístico loca­lizado na BR 262, em Domin­gos Martins, no Espirito Santo, apontou um crescimento de 15% já em setembro passado. Segundo ele, esse crescimen­to foi provocado por conta da inviabilidade de viagens ao ex­terior, e aproximadamente 30% desses turistas optaram pelas montanhas capixabas.

Nunes afirma que hoje o se­tor de turismo, em especial nas montanhas capixabas, vai mui­to bem. “Eu já dizia isso desde o início da pandemia, que nossas montanhas iriam sair na fren­te, pois estamos em vantagem em relação a outras regiões do Espírito Santo e até mesmo do Brasil. Pensem comigo, temos uma rede hoteleira que não dei­xa a desejar aos demais hotéis de ponta em outros destinos no Brasil, no Espírito Santo temos os melhores equipamentos ho­teleiros, temos belezas naturais, gastronomia de qualidade e agroturismo”, argumenta.

“Se observarmos e compa­rarmos a outros destinos seme­lhantes no Brasil, não precisa­mos de tanta gente para encher nossos hotéis, pousadas e res­taurantes. Assim ajudaremos a puxar a economia capixaba mais rápido do que muitos imaginam”, completa.

Segundo Itamar Gurgel, presidente da Abrajet-ES (As­sociação Brasileira de Jorna­listas e Escritores de Turismo – Espírito Santo), o setor está otimista neste final de ano. “O setor será um dos mais impor­tantes na retomada da econo­mia brasileira, mesmo porque dentro da cadeia produtiva do turismo há uma enormidade de atividades profissionais e econômica que com seu cres­cimento puxará outras ativida­des”, explica.

Apoio do poder público
Para o empresário Gustavo Guimarães, que é presidente da ABIH (Associação Brasi­leira da Indústria de Hotéis), a recuperação da economia ca­pixaba poderia ser mais ágil se o poder público tivesse mais ação em favor do setor.

“Devemos pensar que o se­tor de turismo contribui com quase 10% do PIB no Espírito Santo, é muita coisa e isso sem uma contrapartida do setor público. Numa pesquisa feita com um portal de reservas de nível nacional, 20 cidades des­tinos são apontadas e nenhuma do Espírito Santo aparece. Isso porque não há investimento na promoção do turismo para que resulte em conhecimento do turista pelo destino capixaba, e isso é muito sério, assim leva­remos muito mais tempo que o necessário para a recuperação”, finaliza Guimarães, que é hote­leiro em Guarapari.

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