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Cremesp investiga conduta de médico

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A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Ribeirão Preto transferiu para o Conselho Re­gional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) as investi­gações sobre um suposto erro médico que teria resultado na morte do bebê Lorenzo Manoel Faria Barros, que completaria oito meses na segunda-feira, 25 de fevereiro, depois de ser aten­dido, no mesmo dia, na Uni­dade Básica Distrital de Saúde Doutor Sérgio Arouca (UBDS Norte), no Quintino Facci II, e também na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze Maio, no Jardim Paulista.

A informação é do secretá­rio municipal da Saúde, San­dro Scarpellini, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (26), depois que um grupo de manifestan­tes promoveu um protesto na UBDS do Quintino Facci II. “Enviamos um relatório ao Conselho Regional de Medici­na, que vai investigar a conduta do médico. Não cabe à secreta­ria fazer essa avaliação, os pro­fissionais têm autonomia para indicar qual procedimento é o mais adequado. Temos uma dúvida quanto ao atendimento feito no período da manhã (de sábado, na UBDS, horas antes do menino morrer)”, diz.

A Polícia Civil também investiga a morte do bebê. Se­gundo o boletim de ocorrência (BO) registrado pela família, primeiro Lorenzo foi atendido na última quinta-feira (21) na UBDS do Quintino Facci II, e foi para casa depois de me­dicado. Na manhã do último sábado (23), ele passou mal novamente e voltou a ser leva­do para a Distrital Norte, onde passou por exames, foi medi­cado (recebeu uma injeção) e liberado em seguida. Três horas depois, foi atendido na UPA, onde faleceu. A família diz que o medicamento pres­crito na UBDS era para crian­ças com mais um ano de idade.

Segundo Scarpelini, na ava­liação da secretaria não houve falhas administrativas. “Havia médico na unidade, o menino foi atendido, passou por exames e foi medicado. A nossa dúvida é se o médico deveria ter enca­minhado o Lorenzo para um hospital. Na avaliação do médi­co, o garoto poderia voltar para casa. Só que ele morreu três horas depois”, diz o secretário, lembrando que toda a equi­pe estava consternada com a morte do bebê, inclusive ele e o prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB), com quem esteve reunido antes da coletiva.

O menino fazia tratamento de anemia falciforme – doença genética caracterizada pela alte­ração dos glóbulos vermelhos do sangue – na pediatria do Hospi­tal das Clínicas de Ribeirão Pre­to, e os familiares pediram para que ele fosse encaminhado ao HC, o que não ocorreu. Segun­do o BO, a família denunciou negligência da equipe que es­tava no plantão da Distrital Norte. Lorenzo Manoel foi en­terrado, sem velório, na manhã de domingo (24), no Cemité­rio Bom Pastor.

O laudo com a causa da mor­te ainda não foi divulgado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), mas a Secretaria da Saú­de solicitou que um relatório provisório seja elaborado ainda nesta semana. A Polícia Civil in­vestiga o caso como “morte sus­peita”. Na tarde de ontem, houve protesto na UBDS do Quintino Facci II. Com cartazes e pedidos de “justiça”, parentes e amigos dos familiares de Lorenzo foram cobrar explicações. Durante o ato houve tumulto porque uma mulher que aguardava atendi­mento desmaiou em um banco de espera. Ela foi atendida e re­gulada para um hospital, mas a equipe da unidade ficou com medo das ameaças.

Durante o ato, manifestan­tes invadiram a sala de espera de atendimento e hostilizaram servidores, segundo a admi­nistração municipal. Ao me­nos três pacientes desmaiaram no meio do tumulto, de acordo com a prefeitura. “Estou fazen­do um apelo à população: cal­ma, todos estão consternados, ninguém está parado fazendo pouco caso da família ou de quem quer que seja”, disse o secretário. Depois do ocorri­do, Scarpelini cogitou fechar a unidade e remanejar os atendi­mentos para a UBDS Central e para a UPA se houver dúvidas quanto a integridade dos fun­cionários. Ele também disse que a família tem o direito de recorrer à Justiça.

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