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CPI quer auditar tarifa de ônibus

Para os vereadores da Co­missão Parlamentar de In­quérito (CPI) do Transporte Público, presidida por Marcos Papa (Rede Sustentabilidade), está na hora de a Câmara ter opinião própria e fundamenta­da sobre o preço da passagem do transporte coletivo em Ri­beirão Preto. Caso contrário, o Legislativo – que tem como uma de suas funções fiscalizar o Executivo – ficará “eterna­mente acreditando na versão repassada pela prefeitura e pela concessionária PróUrbano”.

O primeiro passo para via­bilizar esta proposta foi dado nesta semana, na quarta-feira, 27 de junho, quando os inte­grantes da CPI protocolaram requerimento em que pedem a contratação de uma consulto­ria, por parte da Câmara, para analisar a planilha de custo do Consórcio PróUrbano. Com a auditoria será possível sa­ber se o preço da passagem na cidade é baixo ou eleva­do, dizem os parlamenta­res. Além de Papa, assinam o documento Jean Corauci (PDT), Paulo Modas (PROS), André Trindade (DEM) e Alessandro Maraca (MDB).

Na análise feita a partir de dados levantados na Comis­são Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte, o parla­mentar concluiu que o valor da passagem em Ribeirão Preto é muito alto. “Além do descum­primento de várias cláusulas contratuais o PróUrbano tem receitas acessórias que não eram contabilizadas”, diz. Mar­cos Papa preside a CPI.

Entre as receitas extras ci­tadas por Marco Papa estão a queda no preço do diesel e a exploração dos espaços publi­citários nas paradas de ônibus. O parlamentar defende tam­bém que o portal da Empresa de Trânsito e Transporte Ur­bano (Transerp) disponibilize um link para que a sociedade tenha acesso à planilha de cus­tos da concessionária e possa conhecer os itens que geram o valor da passagem de ônibus.

“A Transerp tem condi­ções técnicas de fazer isso. O que falta é a vontade política de fazer”, conclui. Atualmen­te, o mecanismo utilizado para calcular o valor da tari­fa – chamado de “forma pa­ramétrica” – e que inclui itens como salário dos empregados do setor, índice da inflação e combustível – fica “escondi­do” no portal da prefeitura, no link licitações dentro do item concorrência 41/2011 – setor anexo 2.

Foi esta concorrência que definiu a concessão do trans­porte público na cidade. Para complicar, a fórmula usada para definir o reajuste parece uma sopa de letrinhas e exige vários cálculos que pouca gen­te consegue resolver.

Reajuste será definido em julho
Procuradas para falar quando será feito o reajuste da tarifa do transporte coleti­vo, a Transerp e o Consórcio PróUrbano deram respostas semelhantes. Segundo a em­presa reguladora, “o contra­to de concessão firmado do transporte coletivo estabele­ce a correção anual da tarifa, cujos estudos técnicos estão em andamento pela Transerp e deverão ser apresentados oportunamente no mês de julho”. Já o PróUrbano res­pondeu que “os estudos estão em fase de análise. Ainda não temos nenhuma posição”.

O contrato de concessão prevê reajuste anual sempre no final de julho. No ano pas­sado, o valor da passagem de ônibus em Ribeirão Preto su­biu de R$ 3,80 para R$ 3,95, reajuste de 3,94% e aporte de R$ 0,15. A prefeitura alegou à época que o percentual apli­cado estava abaixo do prati­cado na maioria das cidades de mesmo porte – Campinas (R$ 4,20, correção de 10,5%), Franca (R$ 4,10, aumento de 7,9%), Mogi das Cruzes (R$ 4,10, reajuste de 7,9%), Osasco (R$ 4,20, alta de 10,5%), São Bernardo do Campo (R$ 4,20, majoração de 10,5%), São José dos Campos (R$ 4,10 e 7,9%) e Sorocaba (R$ 4,10 e 7,9%)

O PróUrbano – formado pelas empresas Rápido D`O­este (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%) – tem uma frota de 356 ônibus que operam 118 linhas e transportam cerca de 150 mil pessoas por dia. Nos últimos dez anos, o valor da passagem de ônibus na cidade subiu 100% na cidade – custa­va R$ 1,90 em 2006. Em 2015, o bilhete foi reajustado de R$ 3 para R$ 3,40, aumento de 13,3%. Em 2017, o promotor da Cidadania do Ministério Público Estadual (MPE), Se­bastião Sérgio da Silveira, en­trou com ação civil pedindo a anulação do reajuste, mas a liminar foi negada.

Evolução da tarifa nos últimos anos
Ano valor
2017 R$ 3,95
2016 R$ 3,80
2015 R$ 3,40
2014 R$ 3,00

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