A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Operação Tapa-Buracos em Ribeirão Preto definiu que o secretário municipal da Infraestrutura, Alexandre Betarello, será o primeiro a depor. A informação foi dada ao Tribuna pelo presidente da CPI, Alessandro Maraca (MDB). A sessão foi marcada para esta quinta-feira, 24 de janeiro, às 15 horas, no plenário do Legislativo.
Também fazem parte da comissão Orlando Pessoti (PDT), Jean Corauci (PDT), Paulo Modas (Pros) e Adauto Honorato, o “Marmita” (PR). Segundo Maraca, a oitiva com o secretário é fundamental. Ele diz que a Secretaria Municipal de Infraestrutura é a responsável pela execução da Operação Tapa-Buracos na cidade.
Por isso, cabe à pasta explicar porque muitos dos reparos feitos na malha viária não resistem às chuvas e ao tráfego de veículos. “É notório o desperdício de dinheiro público com o serviço de reparo no pavimento asfáltico das ruas de nossa cidade. Por isso queremos saber como é feito este tipo de serviço”, afirma Maraca.
Entre as normas técnicas que serão questionadas pela CPI está a que determina, por exemplo, o recorte do buraco para somente depois ser colocada a massa asfáltica. O emedebista é autor de um projeto de lei aprovado em 2018 que obriga o município a adotar esta norma.
Aprovado pelos vereadores, foi vetado pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), teve o veto derrubado pela Câmara e atualmente está no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) – a prefeitura entrou com ação direta de inconstitucionalidade (Adin).
O “tamanho” dos buracos
Dos 13,5 milhões de metros quadrados de ruas e avenidas pavimentadas em Ribeirão Preto, dois milhões de metros quadrados, ou seja, 15% apresentam problemas como deteriorização ou buracos.
Constatar o aumento do número de buracos é algo bem simples e visível, seja em ruas no Centro, áreas nobres ou em bairros que registram o maior número de pedidos de solicitações do serviço de “tapa -buracos” da prefeitura, como os Campos Elíseos, Ipiranga e Parque Ribeirão Preto.
Diariamente, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura, são fechados 800 buracos nas ruas e avenidas de Ribeirão Preto. Quatro equipes realizam este serviço e utilizam, em média, 34 toneladas/dia de CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente. O Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM) também recebe uma média de 30 reclamações de buracos por dia pelo serviço telefônico 156.
Para tentar resolver esta demanda, a administração municipal afirmou que está intensificando as ações do serviço “tapa-buracos” e ampliando o recapeamento em várias regiões da cidade. De acordo com dados do governo, de 2017 até setembro do ano passado foram recapeados 200,58 quilômetros de vias públicas, com investimento superior a R$ 38,97 milhões.