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CPI das Ambulâncias já ouviu oito pessoas

FOTO: ALLAN S. RIBEIRO/ CÂMARA

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Ambu­lâncias, instalada na Câmara de Vereadores para investigar o contrato de locação – sem licitação – de quatro viaturas pelo período de quatro meses, no valor de R$ 1.103,419,27, interrogou nesta quinta-feira, 4 de junho, a procuradora do município, Ana Maria Seixas Paterlini, e o coordenador do Serviço de Atendimento Mó­vel de Urgência (Samu), Élvio Antonio Pinotti Neto.

A procuradora explicou que seu parecer, constante no processo de contratação das ambulâncias, foi uma orien­tação sobre a possibilidade de realizar o processo através de pregão eletrônico, com prazo reduzido, e especificar o mo­tivo da quantidade de viaturas e profissionais. Também escla­receu aos vereadores que o pa­recer contrário à dispensa de licitação não é vinculativo. Ou seja, cabe ao gestor que fará o contrato concordar ou não.

Já o médico emergencialista Élvio Pinotti declarou que sua preocupação, como coordena­dor do Samu, sempre foi preser­var a saúde dos servidores lota­dos no setor, visto que já existem nove funcionários do quadro afastados por contaminação pelo novo coronavírus. A atual falta de motoristas foi confirma­da pelo profissional.

Quanto ao número de ambulâncias disponibilizadas pelo município – as reservas e as que estão em circulação –, houve um desencontro entre as informações apresentadas pelo médico e a obtida na Se­cretaria Municipal da Saúde pelo vereador Orlando Pesoti (PDT), presidente da CPI. O parlamentar afirma que são 33 veículos e o coordenador diz que o número correto é 22.

Afirmou ainda que, com a contratação das ambulâncias, houve uma redução de horas extras. Segundo o depoente, a contratação da viaturas di­minui os custos para os cofres públicos. Questionado sobre o veículo sem emplacamen­to utilizado recentemente em atendimento do Samu, Pinotti afirmou não ter conhecimento. Também disse não ter autono­mia sobre valores de contrato ou o processo de contratação.

A CPI das Amulâncias con­ta com Pesoti, Renato Zucoloto (PP, relator) Alessandro Mara­ca (MDB), Jean Corauci (PSB), Marinho Sampaio (MDB) e Paulo Modas (PSL) e tem 120 dias para apresentar relatório, mas o prazo pode ser prorroga­do pelo mesmo período. Oito pessoas já foram interrogadas.

As denúncias de eventuais irregularidades também es­tão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Em 11 de maio, a Po­lícia Federal realizou busca e apreensão de documentos na Secretaria Municipal de Ad­ministração, na da Saúde, na sede da empresa contratada e na casa de um de seus sócios para recolher documentos.

Desde que surgiram as de­núncias de possíveis irregu­laridades, a Secretaria Muni­cipal da Saúde tem afirmado que todo processo seguiu as orientações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e do Ministério Pú­blico Estadual (MPE).

Diz que o contrato de pres­tação de serviços das ambulân­cias privadas foi assinado com a finalidade exclusiva para atendi­mentos de remoção e transporte de pacientes entre unidades de saúde e hospitais, assim como altas hospitalares e residências, chamados “transportes sanitá­rios” (casos não urgentes).

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