Levantamento da CPFL Paulista, distribuidora que atende a 234 municípios no interior de São Paulo, aponta que Ribeirão Preto é a cidade na sua área de atuação com o maior número de clientes inadimplentes. A empresa realiza quase 130 mil ações de cobrança nas 309.817 unidades consumidoras do município que totalizam uma inadimplência de aproximadamente R$ 18 milhões. O número de devedores representa quase 42% do total de clientes da concessionária no município.
Os dados vão ao encontro dos números divulgados pela Serasa Experian neste mês de junho. O número de inadimplentes no Brasil bateu um novo recorde em abril de 2019: são 63,2 milhões de pessoas. Ou seja, 40,4% da população adulta do país tem dívidas atrasadas e negativadas. De acordo com os resultados revelados, o crescimento da inadimplência do consumidor em abril de 2019, comparado com o mesmo mês de 2018, foi puxado por dívidas não pagas com contas de água, energia elétrica e gás.
Em Ribeirão Preto, segundo a Serasa, o número de inadimplentes aumentou 10,4% em abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 241.259 para 266.374, com 25.115 devedores a mais. Significa que 38,3% da população da cidade, estimada em 694.534, segundo o IBGE, tem alguma conta em atraso.
A média municipal de elevação dos débitos é superior à nacional (3,1%) e á estadual (5,9%). Com base no valor médio das dívidas, de R$ 3.239,48, e considerando que cada ribeirão-pretano inadimplente tenha apenas um débito, o montante chega a R$ 862.913.245,52. Ainda segundo a CPFL Paulista, Ribeirão Preto também é campeã no ranking de clientes com contas de energia atrasadas há mais de 30 dias na área de atuação da concessionária.
Amparada por medidas legais, a companhia realizou o corte do fornecimento de energia em mais de duas mil unidades consumidoras no município. Somados, os valores em atraso desses clientes chegam a mais de R$ 1 milhão.
Impacto geral
Quando um cliente deixa de pagar a fatura de energia, além de correr o risco de ficar sem o fornecimento, outros consumidores acabam sendo lesados pela inadimplência. Isso acontece porque as quantias em débito resultam em maiores reajustes nas tarifas das distribuidoras pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como forma de compensação das perdas de receita. Além disso, os estados também deixam de arrecadar impostos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que reflete nos repasses de verbas aos municípios como Ribeirão Preto, por exemplo. Ou seja, todo mundo perde.
Como medida legal e forma de reduzir os danos financeiros aos consumidores pagantes, a CPFL Paulista deve visitar todos os clientes inadimplentes em Ribeirão Preto (segundo regulamentação da Aneel) até o final de junho. Somadas, as dívidas dessas unidades consumidoras chegam a quase R$ 18 milhões com a distribuidora. Além de Ribeirão Preto e Campinas, que encabeçam a lista de clientes com débitos, São José do Rio Preto, Piracicaba, Franca e Bauru ocupam respectivamente as posições seguintes do ranking.
Evitar o corte
A CPFL Paulista disponibiliza diversas formas para que o consumidor mantenha suas obrigações quitadas. Esse serviço pode ser realizado pelos canais digitais, no site (https://servicosonline.cpfl.com. br), por meio do aplicativo para celular “CPFL Energia”. O cliente pode emitir segunda via da sua conta e fazer o pagamento de imediato, sendo que os encargos serão cobrados em faturas futuras.
Esses canais funcionam 24 horas, sete dias por semana, além de nas lotéricas, via 0800 010-1010, via SMS e chat. A empresa também está à disposição para negociação nas agências de atendimento. A melhor maneira de não correr o risco de ter o fornecimento de energia desligado e evitar transtornos é manter o pagamento das faturas em dia.
Neste ano, desde 8 de abril a conta de luz está, em média, 8,66% mais cara para os consumidores ribeirão-pretanos e das outras 233 cidades da área de atuação da subsidiária do Grupo CPFL Energia. A Aneel autorizou, dentro do processo de revisão tarifária anual, reajuste nas faturas da concessionária. Para os consumidores residenciais, a alta foi de 7,87%. Pequenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, tiveram reajuste de 8,34%. Para os clientes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o aumento foi de 9,30%.