A ocupação de leitos de terapia intensiva em Ribeirão Preto disparou nesta quarta-feira, 26 de janeiro. Segundo a plataforma leitoscovid.org, a taxa era de 93,2% às 12h45 de ontem. Havia pacientes internados em 41 das 44 vagas disponibilizadas por oito de doze hospitais da cidade, sendo que 21 estavam com respirador artificial.
O Hospital Estadual, o Especializado e o Santa Lydia não têm UTI específica para pacientes com covid-19, segundo indicava a plataforma no início da tarde de ontem. O mesmo quadro foi observado no São Lucas do Centro. No auge da pandemia, em meados do no passado, o município chegou a ter 318 leitos de terapia intensiva para pessoas com coronavírus.
No Hospital das Clínicas, no mesmo horário desta quarta-feira, a ocupação em UTIs era de 100%. Havia pacientes nos cinco leitos de terapia intensiva disponibilizados nas unidades Campus e de Emergência. O cenário de lotação se repetia nas duas vagas oferecidas no Hospital Beneficência Portuguesa.
Em quatro hospitais particulares – São Lucas Ribeirânia, São Francisco, Unimed e São Paulo –, a taxa de ocupação de UTI era de 93,3%, com pacientes em 28 das 30 vagas oferecidas, dez com respiradores artificiais. Na Santa Casa de Misericórdia, havia seis pacientes em leitos de UTI, índice de 85,7%.
Na enfermaria, somando todos os hospitais da cidade, a taxa era de 83,5% no mesmo horário, com 76 dos 91 leitos ocupados – no auge da pandemia, o município chegou a ter 296 vagas. Nesta quarta-feira, o infectologista Benedito Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP), fez um alerta importante à população.
Por meio das redes sociais, disse que a transmissão do coronavírus pela variante Ômicron acontece antes de o paciente sentir os sintomas da doença. As pessoas contaminadas pela Ômicron começam a transmitir o vírus de um a dois dias antes de sentir os primeiros sintomas de covid-19. Por isso, o professor de virologia da FMRP/USP pede às pessoas que, ao primeiro sintoma da doença, façam o teste e permaneçam em isolamento.
Novos leitos no Estado
As novas internações por covid-19 ou suspeita da doença subiram 152% em São Paulo em um período de três semanas. Diante desse cenário, o governo paulista anunciou nesta quarta-feira a abertura de 700 novos leitos, ao longo dos próximos dez dias, para atender pacientes com sintomas respiratórios.
Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, Ribeirão Preto vai receber 26 leitos, sendo dois de UTI e 24 de enfermaria. Do total de 700, serão 266 unidades de terapia intensiva e 434 leitos clínicos distribuídos em hospitais de diferentes regiões do Estado.
Os novos leitos são para 14 regiões do Estado, incluindo capital e municípios da Grande São Paulo, o 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII), que envolve Ribeirão Preto e mais 25 cidades, e as regionais de Araraquara, Baixada Santista, Barretos, Bauru, Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté.
A média móvel de novas internações por dia, segundo dados da gestão estadual, estava em 552 no início do mês. Com o avanço da variante Ômicron, mais transmissível, o índice saltou para 1.393 na última semana. Atualmente, a ocupação de leitos de UTI em todo o Estado está em 68,67%, o que corresponde a 3.633 pessoas. Há 7.324 em leitos de enfermaria.