COVID-19 – Ribeirão é uma das que lidera em taxa de letalidade

João Camargo

Entre as 34 cidades que compõem a Região Metro­politana, Ribeirão Preto é a sexta com maior taxa de leta­lidade por covid-19. De acor­do com dados disponibiliza­dos pelo Governo do Estado de São Paulo, cujas fontes são o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), a Co­ordenadoria de Controle de Doenças (CCD) e a Secreta­ria de Estado da Saúde (SES), até o momento, no município foram registrados 78.528 ca­sos da doença e 2.842 óbitos, resultando em uma taxa de letalidade de 3,61%.

Quem lidera essa lista é a cidade de Altinópolis, com 1.012 casos, 49 mortes e uma taxa de letalidade de 4,84%. Na sequência, estão os muni­cípios de Cravinhos (4,41%), Guatapará (4,26%), Barrinha (4,21%) e Mococa (3,93%). Em contrapartida, a cidade com a menor taxa é Cássia dos Coqueiros (0,39%), onde foi registrado um óbito, diante dos 253 casos de covid-19 compu­tados pelo levantamento.

Ainda com base nos dados disponibilizados, o Tribuna analisou a taxa de letalidade dos municípios de Serrana (2,15%), Orlândia (2,56%) e Jardinópolis (3,35%). Essas três cidades possuem popula­ção aproximada entre 44 mil e 45 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE).

No entanto, a quantidade de óbitos em relação ao número de infectados difere de uma cida­de para outra. Um dos possí­veis fatores que possibilitou à Serrana possuir a menor taxa entre essas cidades mencio­nadas acima é a realização do Projeto S no município, pro­porcionado pelo Instituto Bu­tantan. Por meio desse estudo, a população de Serrana (quase 28 mil adultos) foi vacinada entre fevereiro e abril de 2020.

De acordo com informa­ções disponibilizadas pelo próprio Butantan, a pesquisa concluiu que o imunizante causou uma redução de 80% no número de casos sintomá­ticos de covid-19, de 86% nas internações e de 95% dos óbi­tos. Além disso, mostrou que com uma cobertura vacinal de aproximadamente 75% da população adulta a pandemia pode ser controlada.

Outra cidade da Região Metropolitana de Ribeirão Preto que também partici­pou de um estudo realizado pelo Instituto Butantan foi Batatais. A terceira fase do inquérito domiciliar que o Instituto realizou na cidade confirmou a necessidade de tomar as duas doses da va­cina contra a covid-19 para ficar protegido.

De acordo com o estudo, que avalia a incidência do vírus SARS-CoV-2 na cida­de, 71% dos casos analisa­dos, entre os dias 24 e 26 de junho, que deram positivo para a doença eram de pes­soas que só haviam tomado a primeira dose da vacina. Para o Butantan, esse indicador confirma o que os cientistas têm afirmado sobre a neces­sidade de que as pessoas que receberam a primeira dose da vacina voltem aos postos de saúde para tomar também a segunda dose.

Além desse inquérito rea­lizado na cidade, o Butantan, em parceria com a Associa­ção Comercial e Empresarial de Batatais (ACE), está incen­tivando os empreendimen­tos do município a aderirem à plataforma Tainá/Global Health Monitor (GHM). O Instituto informou que, por meio dessa ferramenta, as empresas poderão monitorar casos suspeitos e positivos de covid-19 entre seus colabora­dores, impedindo que o vírus se espalhe internamente caso haja funcionários infectados.

Casos de covid-19
Na Região Metropolitana, Ribeirão Preto, que possui po­pulação em torno de 711.825 habitantes, segundo o IBGE, é a cidade com maior número de casos de covid-19: 78.528. Na sequência estão Sertãozinho (19.494), Jaboticabal (7.322), Monte Alto (6.265) e Batatais (6.150). Do outro lado da moe­da, Santa Cruz da Esperança é o município com menor número de casos da doença, desde seu início no país, com 196 registros.

Juntas, as 34 cidades que compõem a região de Ribeirão Preto somam 185.233 casos de covid-19 e 5.611 óbitos, o que proporciona uma taxa de letalidade de 3,02%.

Em todo o Estado de São Paulo, já foram registrados 4,2 milhões de casos da doença, assim como 145 mil mortes. No Brasil, a quantidade de casos de Covid-19 é de 20,6 milhões e a de óbitos é de 576 mil.