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COVID-19 – Quase 5 mil mortes na Região Metropolitana de Ribeirão Preto

ARQUIVO/TRIBUNA

João Camargo

A Região Metropolitana de Ribeirão Preto, composta por 34 municípios, está próxima de bater a marca de 5 mil mor­tes por covid-19. De acordo com levantamento feito pelo jornal Tribuna, na sexta-feira, 25 de junho, já foram somados 4.939 óbitos pela doença. Além disso, todos esses municípios juntos resultam em 180,6 mil casos de coronavírus.

Segundo o Boletim Epide­miológico de Covid-19, divul­gado na última quinta-feira, 24 de junho, pela Secretaria Municipal da Saúde de Ribei­rão Preto, o município já soma 90.645 casos e 2.522 mortes. Diante desse cenário, a cidade conta com uma taxa de letali­dade de 2,78%.

Com o maior número de habitantes entre os 34 municí­pios da Região Metropolitana, Ribeirão Preto lidera os óbitos. Na sequência, estão Sertão­zinho (408 mortes), Mococa (188), Pontal (150), Monte Alto (148) e Batatais (148).

No entanto, a cidade que lidera a taxa de letalidade na região é Altinópolis (4,78%), seguida de Batatais (4,70%), Cravinhos (4,44%), Guatapará (4,22%) e Barrinha (3,93%). Em contrapartida, os muni­cípios com menores números nesse quesito são Cássia dos Coqueiros (0,48%), Serra Azul (1,08%), Taiúva (1,47%), Luís Antônio (1,52%) e Sales de Oliveira (1,58%).

De acordo com levantamento feito pelo Tribuna, já foram somados 4.939 óbitos pela doença na região, que é composta por 34 municípios

Em todo o mundo, já fo­ram registrados cerca de 179,5 milhões de casos do novo co­ronavírus, sendo aproximada­mente 3,8 milhões de mortes. No Brasil, foram contabiliza­dos 18,1 milhões de casos e cerca de 507,1 mil óbitos.

Os dados obtidos para esse levantamento foram retirados da atualização do dia 24 de junho de 2021 do Boletim do Estado de São Paulo, cujas fon­tes são o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Coor­denadoria de Controle de Do­enças (CCD) e Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Os efeitos do Projeto S
No dia 31 de maio, foram divul­gados os primeiros resultados do Projeto S — estudo clínico realizado pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana. Ao vacinar toda a população adulta do município, entre 17 de fevereiro e 11 de abril, o projeto avalia a efetividade da CoronaVac no controle da pandemia da Covid-19.

De acordo com informações disponibilizadas pelo Institu­to, após a imunização com a vacina do Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, os óbitos na cidade em decorrência do novo coronavírus caíram 95%, os casos sintomáti­cos 80% e as internações 86%.

Ainda segundo o Butantan, “os benefícios da vacinação da população em Serrana foram tanto diretos quanto indiretos: não só a população adulta que recebeu o imunizante foi prote­gida, como também os jovens e crianças abaixo de 18 anos e idosos com comorbidades, por exemplo, que não participaram do estudo clínico.”

Outro ponto importante ob­servado pela pesquisa clínica é que a vacinação de toda a população, realizada em quatro etapas, não estimulou o surgi­mento de novas variantes do vírus. Em vez disso, ajudou a controlar as cepas circulantes. A variante brasileira P1 é, atu­almente, a maior em circulação no Brasil e em Serrana, o que demonstrou a efetividade da vacina do Butantan também contra esta cepa.

Apesar de já ter sido divulgada esse resultado inicial, a pesquisa continuará fazendo a avaliação coletiva da eficácia do imuni­zante na população de Serrana — tanto em relação aos vacina­dos quanto aos não vacinados —, por pelo menos mais um ano.

Dentre as respostas que serão buscadas a partir de agora, com a continuidade da pesquisa, estão saber quanto tempo dura a imunização após a segunda dose da CoronaVac e se a vacina­ção precisará ser feita anualmen­te, assim como acontece com a vacina da influenza (gripe).

Tribuna comparou Serrana e Jardinópolis
Na semana passada, o Tribuna trouxe um levantamento do total de casos confirmados, descarta­dos e de óbitos entre os meses de fevereiro e maio deste ano em Serrana e Jardinópolis para verificar os efeitos da vacinação em duas cidades com carac­terísticas semelhantes, mas com percentual de vacinação diametralmente opostos

A escolha das duas cidades foi feita levando-se em conside­ração que Serrana, objeto de um estudo inédito do Instituto Butantan já vacinou 95% de sua população adulta contra o coronavírus e que Jardinópolis, a exemplo das outras cida­des brasileiras segue o Plano Nacional de Imunização e até o momento vacinou com as duas doses apenas 10,76% de sua população.

Tanto Jardinópolis, quanto Ser­rana têm população semelhante. Enquanto Jardinópolis, segundo o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) possui 44.970 moradores, Serrana tem 45.644. Também foi conside­rado o fato das duas cidades ficarem próximas de Ribeirão Preto: Jardinópolis a 22,7 Km e Serrana a 25,7 km.

Como padrão comparativo sobre os efeitos da vacinação nos dois municípios, o Tribuna delimitou o período do levantamento dos casos confirmados, descartados e óbitos causados pelo corona­vírus (covid-19) entre os meses de fevereiro e maio.

Entre 17 de fevereiro e abril des­te ano, ao longo de oito sema­nas, 27.160 moradores daquele município receberam o esquema vacinal completo: duas doses da Coronavac com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda. Isso representou uma cobertura próxima a 95% da po­pulação adulta, segundo censo de saúde feito previamente pelo Butantan.

No caso de Jardinópolis, a vacinação da população segue a definição dos planos Nacional e Estadual de Imunização e realiza a imunização a partir dos grupos prioritários definidos por eles. Ate o momento foram vacinados com a primeira dose da vacina na cidade 12.211 pessoas. Ou seja, 26,64% da população. Já com a segunda dose foram imunizadas 4.839 pessoas, o que significa 10,76%.

Segundo o levantamento, nos meses de fevereiro e março, o número de casos confirmados, descartados e óbitos nas duas cidades são semelhantes. Em março, por exemplo, Jardinó­polis registrou 334 casos do coronavírus, descartou 499 e registrou 16 óbitos. Já Serrana, confirmou 692 casos, descartou 1.376 e teve 19 óbitos.

A partir do avanço da vacinação em massa em Serrana, houve uma mudança significativa no número de casos e de mortes entre os dois municípios. Em abril Jardinópolis registrou 607 novos casos e teve 21 óbitos contra 235 casos e 6 mortes registrada em Serrana.

Em maio os números também continuaram diametralmente opostos: Jardinópolis teve 690 casos novos e 21 mortes enquan­to Serrana teve somente 333 novos casos e apenas 6 óbitos.

Nos meses analisados pelo Tribuna Jardinópolis teve 1.868 casos confirmados contra 1744 de Serrana. Já o total de óbitos em Jardinópolis foi de 67 contra 33 de Serrana.

Confira a tabela completa com o número de casos, de mortes, de doses aplicadas de vacina e da taxa de letalidade de cada um dos 34 municípios da Região Metropolitana de Ribeirão Preto:

 

 

Isolamento inteligente em Batatais e Taquaritinga
Além de Serrana, o Instituto Butantan iniciou no último mês um novo projeto que está sendo realizado nos municípios de Bata­tais e Taquaritinga. Inicialmente, o estudo realizou um inquérito domiciliar nas cidades e apontou que mais de 80% das pessoas que testaram positivo para covid-19 nessas cidades relataram não ter tido contato com casos positivos da doença.

O estudo, realizado com 1.867 moradores dos dois municípios, entre 29 de maio e 5 de junho, também trouxe a informação que a maioria dos positivados não viajou recentemente (80% em Batatais e 76% em Taquaritinga). Esse indicador mostra que os contaminados se infectaram dentro das cidades, ou seja, mostra uma alta circulação do vírus em ambos.

O Instituto Butantan iniciou no último mês um novo projeto que está sendo realizado nos municípios de Batatais e Taquaritinga

O inquérito domiciliar do projeto Isolamento Inteligente, que está sendo realizado em Taquaritinga e em Batatais, é do tipo seriado e tem como objetivo estimar a prevalência do vírus na popula­ção por meio da identificação e acompanhamento dos casos positivos, monitoramento de quem teve contato com eles via Contact Tracing e avaliação dos dados secundários dos óbitos decorrentes de SARS-CoV-2.

O projeto é realizado pelo Butantan em parceria com as prefei­turas das duas cidades. Ambas foram divididas em 11 regiões e, em cada região, 32 residências são sorteadas e visitadas por dois agentes de saúde. Todos os moradores da casa, sem limite de idade, podem fazer o teste para detectar a presença do novo coro­navírus. A cada 15 dias, um novo sorteio é realizado e novas casas são visitadas, em uma rotina que se repetirá por três meses.

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